Partes do talude — espécie de escora — da mina do Congo Soco, em Barão de Cocais (MG), desmoronou nesta sexta-feira (31/05/2019). A situação da estrutura de agravou desde o início da semana. A movimentação de terra aumentou seis vezes nos últimos dias.
Segundo a mineradora Vale, os blocos que se desprenderam, “
se acomodaram no fundo da cava“. ” As primeiras avaliações indicam que o material está deslizando de forma gradual, o que até o momento corrobora as estimativas de que o desprendimento do talude deverá ocorrer sem maiores consequências”, destaca a empresa, em nota.
Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros estão de plantão. O tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil de Minas, explica que a previsão é que o talude desmorone em sua totalidade. “Já era previsto que esse talude poderia romper na sua totalidade ou partes dele e isso vem concretizando a cada dia que aumenta a velocidade desse deslocamento”, destacou o militar à imprensa local.
Os engenheiros trabalham com duas possibilidades. A menos grave é que o talude desmorone, caia na Mina de Congo Soco, e a estrutura absorva o impacto sem prejuízos. A outra: o impacto comprometeria a edificação e ela viria abaixo, afetando três municípios. Para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais, a segunda hipótese tem 15% de chance de se concretizar.
A barragem ameaçada tem 6 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Na tentativa de atenuar a tragédia, a Vale construiu um muro e instalou telas metálicas e blocos de granito na estrutura. A cava da mina tinha água e estava desativada desde 2016.
A Vale anunciou obras na região para conter possíveis vazamentos de lama. A intenção da empresa é construir uma espécie de “muro de contenção” para reter a maior parcela de rejeitos em caso de rompimento. Apesar de ter anunciado a empreitada nessa terça-feira, as obras começaram na última quinta (23/05/2019).