“Parecia oferecer risco”, afirmam PMs que abordaram youtuber negro
Após o caso, MP-GO instaurou Procedimentos de Investigação Criminal (PICs) para apurar se houve abuso de autoridade
atualizado
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Após uma abordagem que revoltou a internet, contra o jovem youtuber Filipe Ferreira, os policiais militares que participaram da ação na Cidade Ocidental, no entorno do Distrito Federal, informaram em depoimento ao Ministério Público, na tarde desta terça-feira (7/5), que o jovem parecia oferecer risco e que seguiram os padrões estabelecidos pela corporação.
“Os policiais alegaram que seguiram os procedimentos legais de padrão da corporação e que, aparentemente, o jovem oferecia risco pela movimentação de suas mãos”, informou o Justiça Luis Antônio Ribeiro, de acordo com o G1.
Como noticiado pelo Metrópoles, o homem negro que gravava conteúdo sobre manobras de bicicleta, foi surpreendido pela Polícia Militar de Goiás no momento em que filmava o para o seu canal.
Nas cenas, que viralizaram nas redes sociais, Ferreira aparece, inicialmente, testando movimentos com a bike. No fundo, é possível ver uma viatura da polícia se aproximando. De repente, um dos policiais desce do carro, pronuncia gritos de ordem e pede para o jovem se afastar. Tão logo Ferreira questiona a abordagem, o agente saca uma arma. “Coloca a mão na cabeça”, diz o policial.
Durante todo o momento, capturado pela câmera de celular do youtuber, um dos policiais mantém a arma apontada. “Esse é o procedimento”, responde depois de ser questionado.
Após o caso, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) instaurou Procedimentos de Investigação Criminal (PICs) para apurar se houve abuso de autoridade durante abordagens praticadas por policiais militares em Cidade Ocidental e em Trindade. Os PICs foram instaurados pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) e pelas Promotorias de Justiça.
Após a cena, o jovem disse que se sentiu constrangido ao ter armas apontadas contra ele.