1 de 1 Fotos justapostas do presidente Jair Bolsonaro (esquerda) e do pré-candidato à presidência Lula (direita) - Metrópoles
- Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Levantamento do instituto Paraná Pesquisas em São Paulo para a corrida presidencial aponta vantagem de 4,1 pontos percentuais do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), sobre seu principal concorrente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na versão estimulada (quando os nomes dos candidatos são mostrados aos eleitores), o atual mandatário lidera com 39,1% das intenções de votos no estado paulista. O petista, por sua vez, apresenta 35%.
A margem de erro é de 2,3% para mais ou para menos. O estudo foi divulgado neste sábado (28/5).
Ciro Gomes aparece em terceiro lugar, com 5,4% das intenções de votos, seguido de João Doria (PSDB), 3,9%. O ex-governador de São Paulo teve seu nome mencionado porque o levantamento foi realizado antes da desistência do tucano. Os demais pré-candidatos marcaram menos de 2,0%
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Em época de eleição, as pesquisas eleitorais são, quase sempre, termômetros importantes para acompanhar o cenário político. No entanto, não é raro observar resultados divergentes entre pesquisas que foram realizadas durante o mesmo período. Isso, na verdade, não aponta erro, mas explica como certas metodologias adotadas por empresas podem influenciar resultados
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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir
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As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público
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A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público
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Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra
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Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes
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O local onde as pesquisas são feitas também pode fazer diferença. Geralmente, áreas onde a renda dos habitantes é baixa, determinados partidos tendem a ganhar, assim como locais onde a renda dos habitantes é mais alta, a preferência por outro determinado partido é nítida. Se um instituto conseguir entrevistar mais pessoas em um local e não no outro, o resultado também será influenciado
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Ou seja, em termos práticos, as empresas, muitas vezes, não estão erradas. As diferenças metodológicas das pesquisas é que definem o resultado
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Apesar de o que possa parecer, as diferenças entre as pesquisas não são mal vistas. Elas, na verdade, ajudam os institutos a compararem os resultados e melhorarem a abordagem para obter resultados mais exatos no futuro
Na pesquisa espontânea (quando as opções de candidatos não são apresentadas ao eleitor entrevistado), Bolsonaro também lidera as intenções de votos com 24,3% . Lula foi mencionado por 20,1%, seguido de Ciro, com 1,4%. Os demais pré-candidatos marcaram menos de 0,9%.
Em uma das questões levantadas pelos pesquisadores, 71,9% não votariam de forma alguma em Doria; 55,1% não escolheriam Ciro Gomes; 50,9% não optariam por Bolsonaro; e 49,8% não votariam em Lula.
Por outro lado, 34,6% poderiam votar em Ciro Gomes; 23,4%, em Lula; 20,2%, em Doria; e 17,3%, em Bolsonaro.
O Paraná Pesquisas entrevistou pessoalmente 1.880 eleitores em 76 municípios do estado de São Paulo, entre os dias 22 e 26 de maio de 2022. A margem de erro é de 2,3 pontos percentuais e o nível de confiança atinge 95%.
O levantamento foi feito sob encomenda da BGC Liquidez Distribuidora de Títulos Mobiliários Ltda, e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-06924/2022.
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