Paraná Pesquisas: 61% acham que podem ser punidos por falar e escrever
Percepção de risco sobre expressar pensamento é menor no Sudeste, entre mulheres e mais escolarizados
atualizado
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Pesquisa divulgada nesta terça-feira (7/5) revela que 61% dos brasileiros consideram que podem ser punidos por falar ou escrever o que pensam. O levantamento foi realizado pelo instituto Paraná Pesquisas. A parcela que considera poder se expressar sem represálias representa 32,4% e 6,6% não souberam responder ou não opinaram sobre a questão.
O gênero que se sente mais tolhido é o feminino. Entre as mulheres, 61,5% consideram que podem falar ou escrever o que pensam. Entre os homens esta percepção reduz ligeiramente, para 60,5%.
Quando o recorte é a faixa etária, a que sente o direito de exercer a liberdade de expressão mais ameaçado é a de 35 a 44 anos: 65,1%.
A preocupação de falar ou escrever o que pensa avança conforme o grau de escolaridade. Entre os que responderam a pesquisa e tem ensino fundamental, 60,2% entendem que podem ser punidos por falar ou escrever o que pensam. Para aqueles com ensino médio, o porcentual sobe para 61,1% e chega ao pico para quem tem ensino superior: 62,2%.
Entre as religiões, os evangélicos são os que têm a maior percepção de que se expressar livremente pode levar a punição: 64,5%. Os católicos são um pouco menos preocupados com a questão: 61%. Mesmo para quem tem outra religião ou não possui nenhuma, o índice supera a metade, chegando a 54,8%.
Na Região Sudeste, o entendimento de que pode ser punido por expressar o que pensa alcança 65,2% da população. Esta é a região do país onde este receio é mais prevalente. Em seguida aparecem as regiões Sul (62,6%), Norte e Centro-Oeste (59,4%) e Nordeste (54,8%).
A pesquisa ouviu 2.020 pessoas do dia 27 de abril a 1º de maio deste ano. Do total, foram entrevistadas 958 pessoas do gênero masculino e 1.062 do feminino. As proporções de gênero, escolaridade, faixa etária e nível econômico foram realizadas levando em conta a base de eleitores brasileiros das Eleições 2020.
Foram ouvidas pessoas em 160 municípios e a margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para os resultados gerais.