Paralisada, produção de Coronavac só será retomada sob encomenda
Após conclusão do contrato de 100 milhões de doses com Ministério da Saúde, as unidades adicionais ficaram encalhadas no estoque do Butantan
atualizado
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São Paulo – Suspensa desde agosto do ano passado, a produção da Coronavac só será retomada no Brasil sob encomenda. No momento, a determinação no Instituto Butantan é requisitar novo carregamento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) apenas para as doses já comprometidas.
Caso o Ministério da Saúde, algum estado ou país feche contrato com o centro de pesquisa, o ingrediente farmacêutico será importado do laboratório chinês Sinovac para a produção da vacina contra Covid-19
A entidade tem capacidade máxima de fabricar até 1 milhão de novas doses por dia.
Após a entrega de 100 milhões de doses contratadas com o Ministério da Saúde em setembro, os 15 milhões produzidos adicionalmente ficaram encalhados no estoque do Butantan.
O governo de São Paulo tentou negociar o excedente com o Ministério da Saúde, que rechaçou a proposta. Também tentou exportar o material, mas não houve comprador. Então, o governador João Doria decidiu que usaria o composto para imunizar as crianças no estado.
Uso em crianças
A Coronavac, no entanto, só teve aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser administrada em crianças acima de 6 anos e em adolescentes na quinta-feira (20/1).
Com isso, o governo de São Paulo, que já tinha feito a reserva de doses para imunizar as crianças do estado, ficou com 8 milhões de unidades. Os 7 milhões restantes estão em negociação com o Ministério da Saúde.
Há pleito de governadores para que a pasta adquira mais doses e acelere a vacinação infantil.
O Instituto Butantan tinha a expectativa de produzir 100% a Coronavac a partir do início deste ano em sua nova fábrica. Porém, a obra atrasou e ainda não há previsão para que a produção do IFA ocorra em território nacional.
Veja como é feito o processo de envase do IFA no Butantan:
Saúde
Apesar de o Ministério da Saúde ter questionado o Butantan sobre a quantidade de doses disponíveis para compra e de ter manifestado interesse em adquirir os 7 milhões de unidades excedentes, a pasta ainda não se decidiu sobre a aquisição.
Na sexta-feira (21/1), o ministério pediu aos estados e municípios um levantamento sobre a quantidade de doses da vacina em estoque.
A pasta diz ter 6 milhões de doses em estoque e estima que as cidades tenham mais 3 milhões nas redes de frio, que podem ser utilizadas.
Os estados que tiverem menos de 400 mil doses armazenadas, de acordo com o ministério, vão receber quantidades extras suficientes para imunizar 10% de toda a população na faixa etária de 6 a 11 anos. Após essa distribuição, as próximas compras serão decididas.