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“Parado eu não fico jamais”, diz Carlos Tramontina após saída da Globo

Ao Metrópoles, o jornalista fala sobre seus planos, a saída da emissora e os convites recebidos. “Queria mais tempo para mim”, diz

atualizado

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Carlos Tramontina
1 de 1 Carlos Tramontina - Foto: Reprodução Instagram

São Paulo – Junto ao chihuahua Café, seu xodó, e longe da camisa social com gravata, o jornalista Carlos Tramontina, de 65 anos, beberica um cafezinho. Com a clareza e a tranquilidade na voz adquiridas durante décadas em frente às câmeras, ele agradece em vídeo o carinho dos admiradores após a saída da TV Globo, anunciada no último dia 27/4. Foram 43 anos de casa, 24 deles à frente do SPTV 2ª Edição.

Em entrevista ao Metrópoles, o apresentador garante que a nova fase não é uma aposentadoria. “Parado não vou ficar, em hipótese alguma. Há muito trabalho pela frente, e com mais liberdade”, garantiu. Ele recebeu convites para dar aulas, escrever livro… “Ainda não senti como vai ser a minha vida, estou administrando as coisas com calma.”

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Carlos Tramontina em corrida
Carlos Tramontina no estúdio do SPTV
Carlos Tramontina em gravação em casa
Carlos Tramontina participando de gravação externa em SP
Carlos Tramontina já apresentou o Jornal da Globo
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Carlos Tramontina com o chihuahua Café

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Carlos Tramontina em corrida

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Carlos Tramontina no estúdio do SPTV

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Carlos Tramontina em gravação em casa

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Carlos Tramontina participando de gravação externa em SP

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Carlos Tramontina já apresentou o Jornal da Globo

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Tramontina também esteve à frente do SPTV

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Carlos Tramontina bebe café e mostra o cãozinho Café

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Ele desmente, entretanto, que teria sido avisado sobre a demissão no início do ano, como circulou recentemente. “As conversas com a diretoria de São Paulo começaram um mês antes. Queria mais tempo para mim”, conta. “Por duas vezes, fiz inscrição para uma corrida em San Martín de los Andes, na Patagônia, e não consegui ir. Também não conheço o Carnaval do Rio, porque sempre cobri por São Paulo.”

Tramontina explica que sempre existiram possibilidades de fazer outras coisas, ligadas ao jornalismo ou não. “Mas eu tinha a imagem atrelada à Globo, o que faz parte, mas me sentia um tanto tolhido pelos compromissos com a empresa. Não podia fazer certos comentários na internet ou mediar debates, por exemplo, por estar ao lado das marcas de patrocinadores”, conta.

Na última semana, o repórter ganhou quase 27 mil seguidores no Instagram e agora conta com 140 mil, no total. A era influenciador vem aí? “Não quero ditar regra para ninguém, mas vou me dedicar à internet sim. Há muita coisa a ser feita, vou aproveitar as oportunidades.”

Casado há mais de três décadas, o jornalista – que teve a primeira netinha dois meses atrás – se prepara para férias de um mês com a família pela Europa. “Depois de tanto tempo, fico feliz com a viagem. No início da pandemia, a Globo me deixou em casa por causa da idade. Foi assustador. Depois, me adaptei, até voltar ao estúdio. Fazia minha ginástica todos os dias na varanda do apartamento”, lembra.

De vida ativa, ele pratica esportes como corrida e academia (“não sou fitness, mas prefiro uma salada a um x-salada”) e gosta de desafios (tem, inclusive, um livro sobre um deles, A Morada dos Deuses – Um Repórter nas Trilhas do Himalaia). Também costuma visitar sua chácara no interior, onde sonha em ser dono de um cachorro pastor alemão.

Desde os anos 80, Tramontina deixou sua marca em diversos programas jornalísticos globais. Além do SPTV, integrou a bancada de atrações como Jornal Hoje, Jornal Nacional, Jornal da Globo, Bom Dia São Paulo e Antena Paulista.

Entre as entrevistas inesquecíveis da carreira, cita Elis Regina, de quem era fã. Em um dos encontros, a cantora precisava dar um depoimento sobre a morte de John Lennon e não parava de chorar. “Cobri também o enterro de Elis, do helicóptero. Foi duro, um sofrimento”, lembra.

Poucos dias depois da saída de Tramontina da TV Globo, outro medalhão deixou a emissora, Chico Pinheiro, após 32 anos de trabalho. “Há uma jovialização dos rostos no jornalismo, o que é natural. Isso se deve à internet e a um público mais jovem a ser conquistado”, analisa. “Mas é como diz o próprio Chico, é vida que segue.”

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