Parada LGBT reúne milhares na Avenida Paulista neste domingo (23/6)
O tema do evento deste ano é “50 anos de Stonewall –Bras nossas conquistas, nosso orgulho de ser LGBT+”
atualizado
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Com 19 trios elétricos, participação de uma ex-Spice Girls e promessa de adotar forte discurso político, a 23.ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, considerada a maior do mundo, acontece neste domingo (23/06/2019), na Avenida Paulista. A expectativa é de reunir mais de 3 milhões de pessoas, segundo estima a Prefeitura.
Grávida, a apresentadora Fernanda Lima é a madrinha da parada LGBT deste ano. “É uma luta que não tem fim, é uma luta por respeito e dignidade”, afirmou em entrevista à GloboNews.
Thammy Miranda participa do evento, que tem o tom político. “Tem essa representatividade de relembrar os 50 anos de Stonewall, mas acaba mesmo virando uma festa. Eu gostaria que a parada fosse mais uma parada mesmo, com representantes dos órgãos públicos, da polícia, do povo, não só uma festa. As pessoas ainda não sabem o que é trans. É um passinho de cada vez e a gente ainda está bem para trás”, disse ao G1.
A concentração ocorreu a partir das 10h, na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), depois a passeata começou a descer a Rua da Consolação e vai até a Praça Roosevelt. Para esta edição, a atração mais aguardada é o show da cantora Melanie C, ex-Spice Girl. Também estão confirmadas Aretuza Lovi, Gloria Groove, Iza, Lexa, Luísa Sonza e MC Pocahontas.
Os shows começam às 19h, no palco montado na Praça da República. O evento é transmitido ao vivo na internet pela Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT), responsável pela organização. No Twitter, a entidade também divulgou dicas de segurança.
Tom político
O tema deste ano é “50 anos de Stonewall –Bras nossas conquistas, nosso orgulho de ser LGBT+”. Ele relembra a série de manifestações da comunidade LGBT contra batidas violentas da polícia de Nova York em um bar, o Stonewall Inn, no fim da década de 1960.
“É um marco importante na luta dos direitos LGBTs do mundo todo”, afirma a presidente da APOGLBT, Claudia Regina, em nota divulgada no site. “Ele nos mostra que, independente do governo ou qualquer ameaça que enfrentamos diariamente na rua, dentro de casa ou em qualquer lugar, precisamos ser fortes, resistir e sermos nós mesmos.”
Neste mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu criminalizar homofobia e transfobia – uma reivindicação histórica da Parada LGBT. Criticado por movimentos LGBT, o presidente Jair Bolsonaro questionou na ocasião se “não está na hora de um evangélico no Supremo” e que decisão foi “completamente equivocada”. Na quinta-feira (20/06/2019), o presidente participou da Marcha para Jesus, na zona norte de São Paulo.
Como é a primeira Parada do Orgulho LGBT realizada durante o governo Bolsonaro, há expectativa de que participantes do evento façam protesto contra o presidente. Em edições anteriores, a parada já adotou tom político. Em 2018, ano eleitoral, o tema foi a “importância do voto”. Em 2017, a passeata aconteceu aos gritos de “Fora, Temer” e pedidos de “eleição direta”.
Vaiado no ano passado, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), confirmou presença nesta edição. Já o governador João Doria (PSDB) não informou sua agenda para este domingo no site oficial do Estado.