Paracatu: sem previsão de alta, atirador deve ser ouvido pela polícia
Apesar de estar na unidade terapia intensiva (UTI), o quadro clínico dele é estável. Vítimas foram enterradas nessa quarta-feira
atualizado
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Enviado especial a Paracatu (MG) – Dois dias após matar a ex-namorada e outras três pessoas, o empresário Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, continua internado no Hospital Municipal de Paracatu. Apesar de estar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o quadro clínico dele é estável.
O mais recente boletim médico de Rudson, divulgado às 10h desta quinta-feira (23/05/2019), não tem indicativo de alta. O atirador foi ferido pela Polícia Militar com tiros na mão e no ombro depois de invadir uma igreja evangélica.
Segundo a direção do hospital, o criminoso está isolado e tem reagido bem ao tratamento. “O paciente não teve alterações durante a noite e continua internado”, destaca a unidade médica sem dar mais detalhes.
Nesta quinta, Rudson deve ficar completamente lúcido pela primeira vez desde o ataque, ocorrido na última terça-feira (21/05/2019). Ele matou a ex-namorada com um golpe de canivete e outras três pessoas, ao abrir fogo contra fiéis dentro da igreja.
A administração do hospital evita dar informações sobre o estado dele devido à “repercussão do caso e por ele ser alvo de um inquérito policial”. O assassino responderá por quatro homicídios qualificados por motivação fútil e uma tentativa de homicídio.
Rudson deve ser ouvido pela delegada Thaís Regina da Silva, chefe da Divisão de Homicídios da 2ª Delegacia de Paracatu, ainda nesta quinta-feira. Ela já conversou informalmente com o atirador, mas como ele estava sob efeito de medicamentos, as informações não puderam ser incluídas no inquérito.
Nesta quinta, os investigadores começarão a ouvir formalmente as testemunhas dos crimes, analisarão os resultados das perícias e farão novas diligências. Ainda falta saber a origem da arma usada nos assassinatos e o que motivou a ação.
Passo a passo do crime
Por volta de 20h da última terça, Rudson foi à casa da mãe dele, onde também estava a ex-namorada Heloísa Vieira Andrade, 50. Lá, ele esfaqueou a mulher no pescoço com um canivete. Ela morreu a caminho do hospital devido a uma parada cardiorrespiratória.
Minutos depois, Rudson invadiu a igreja. Ele atirou contra Rosângela Albernaz, 50, e Antônio Rama, 67, que não resistiram aos ferimentos e morreram. A intenção dele, segundo a polícia, era matar o pastor Evandro, mas como ele fugiu com a ajuda de fiéis, alvejou o pai dele por vingança.
Rudson ainda rendeu outra fiel e a manteve sob ameaça. A Polícia Militar chegou ao local da ocorrência e tentou negociar. Nervoso, ele disparou contra Marilene Marins de Melo Neves, 38, a quarta vítima.
Quem é o atirador
Temperamental, impulsivo e envolvido com drogas. Rudson é descrito como um homem de difícil convivência.
Empresário do ramo imobiliário, as pessoas mais próximas contam que ele vivia o momento de maior conforto financeiro. Apaixonado por animais e motos, muitos estranharam a arrancada violenta contra a ex-namorada Heloísa Vieira Andrade.
Rudson prestou serviço militar obrigatório por um ano na Aeronáutica. Em suas redes sociais, diz ter estudado direito no UniCEUB, em Brasília. Atualmente, após o término com a namorada que assassinou, estava solteiro. Há alguns meses, foi internado por conta da dependência química.
Ele tem um perfil psicológico difícil de ser compreendido, segundo a delegada responsável pelo caso, Thaís Regina Silva. Ela conversou com Rudson nessa quarta-feira (22/05/2019), ainda no hospital.
“Ele me contou algumas coisas, mas como a sedação ainda estava sendo retirada, pontos ficaram desconexos. De toda forma, é perceptível que ele é temperamental. Isso é confirmado por familiares”, destacou a investigadora.