Para Maia, demora na vacina “pode gerar processo de impeachment em poucos meses”
De saída da presidência da Câmara, deputado do DEM-RJ diz que papel de iniciar ou não impeachment de Bolsonaro caberá ao seu sucessor
atualizado
Compartilhar notícia
De saída da presidência da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) acredita que o governo de Jair Bolsonaro registra seu pior momento até agora devido à demora para definir o Programa Nacional de Imunização (PNI) contra o novo coronavírus, e isso pode levar à abertura de um processo de impeachment do chefe do Executivo federal.
Depois de ter segurado em sua gaveta os mais de 50 pedidos de afastamento do presidente Jair Bolsonaro, que recebeu nestes dois anos, Maia diz que “a questão da vacina está começando a transbordar para dentro do Parlamento uma pressão que a sociedade poucas vezes fez nos últimos anos”.
“Talvez ele [Bolsonaro] sofra um processo de impeachment muito duro se não se organizar rapidamente. Porque o processo de impeachment, você sabe, é o resultado da pressão da sociedade”, completa o presidente da Câmara em entrevista exclusiva à jornalista Rachel Sheherazade para o Metrópoles Entrevista, cuja íntegra será publicada amanhã, terça-feira (12/1).
Maia, no entanto, descartou que vá, ele mesmo, encaminhar a abertura de um processo de impeachment em seus últimos dias de gestão: “Estamos em recesso, não vai ajudar agora. Vou apenas criar desorganização em um momento em que se está elegendo um novo presidente. Acho que esse papel cabe ao novo presidente”.
Veja o trecho em que Maia trata da possibilidade de impeachment:
Maia ainda fez críticas à Lava Jato, questionou o corporativismo no Ministério Público e apontou derrotas do ex-juiz Sergio Moro. Ele acredita, no entanto, que Moro terá um papel importante em 2022. O presidente da Câmara negou que tenha subido o tom contra Bolsonaro em resposta à reabertura de inquérito contra ele pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Confira a entrevista completa amanhã, no Metrópoles.