Para defender a democracia, temos que juntar todo mundo, diz Ciro Gomes
Em manifestação chamada pelo MBL, Ciro Gomes diz que a necessidade de união é urgente dada escalada golpista após o dia 7/9
atualizado
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Candidato derrotado à Presidência em 2018 e antagonista a Jair Bolsonaro (sem partido) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) afirmou neste domingo (12/9) no protesto organizado pelo MBL que a “tentativa golpista” do presidente segue em andamento.
Na avaliação dele, só a união de diferentes forças é capaz de barrar Bolsonaro. “Para proteger a democracia, tem que juntar todo mundo. Precisamos de 304 votos para o impeachment, só temos 120. Precisamos honestamente de votos da direita e centro”, disse.
Ciro Gomes disse ainda que a necessidade de união é urgente dada escalada golpista após o dia 7. “O golpe estava planejado em detalhes. Não ocorreu por um acordo com o STF, porque muitos de nós resistiríamos e porque não teve a mobilização popular que eles esperavam”, afirma.
“Ele recuou como um covarde, mas não podemos acreditar, não podemos nos enganar de que ele está fazendo um acordo”, acrescenta. “Não queremos tirar o presidente por que ele é péssimo, mas porque ele é um criminoso, comete regularmente crime de responsabilidade”, finaliza.
Sem oposição unificada
Ex-aliados de Jair Bolsonaro (sem partido), o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua conseguiram atrair segmentos da esquerda para um ato contra o presidente, mas sem a unificação da oposição.
A manifestação na Avenida Paulista foi anunciada ainda em julho, quando os grupos decidiram marcar protestos para este mês, por estimarem que a vacinação estaria mais avançada no país. Apesar de o polo central ser no ato na Paulista, outras capitais também marcaram protestos como Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Para superar o número de manifestantes no 7 de Setembro, quando Bolsonaro mobilizou apoiadores e discursou, os movimentos contam com a participação de algumas siglas de centro e centro-esquerda. Líderes de partidos do PDT, PSB, Rede, Cidadania e PCdoB decidiram aderir ao movimento em prol da “pauta comum”.
Outras legendas da esquerda, contudo, como PT e PSol, e de centro, como Podemos – que chegou a ensaiar aderir ao movimento, mas acabou tomando posição contra o impeachment –, ficarão formalmente de fora.