Pão francês e macarrão vão subir de preço por causa da guerra
Associação explica que Rússia e Ucrânia são países que respondem por 30% das exportações de trigo para o país
atualizado
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A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) afirmou, nesta segunda-feira (14/3), por meio de nota, que os preços dos produtos devem subir nas próximas semanas. No entanto, não há previsão de data e de quanto será o aumento.
A entidade explica que, em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, os embarques dos dois países, que respondem por 30% das exportações mundiais de trigo, estão suspensos.
“A Rússia é o maior exportador de trigo do mundo e tem sido afetado economicamente pelo conflito com a Ucrânia – juntos, os dois países respondem, em média, por 30% das exportações mundiais de trigo”, aponta a nota.
O comunicado diz que, além da queda na oferta de trigo, fator da alta dos preços, “o desabastecimento tem a ver com dificuldades logísticas – a guerra fechou portos, interrompeu o transporte – e com a queda da produção ucraniana da commodity”.
Segundo a associação, o Brasil produz menos da metade do trigo consumido e precisa importar grandes quantidades do grão de países do Mercosul – sobretudo da Argentina –, do Canadá e dos Estados Unidos.
“A elevação do preço do grão, impacta diretamente os valores de produção para os fabricantes das categorias representadas pela Abimapi. Nas massas, em média, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 30%, e nos pães e bolos industrializados, de 60%”, destaca.
Preço repassado
A Abimapi diz que os fabricantes vão começar a sentir a disparada da cotação do trigo e isso será repassado aos consumidores.
“O consumidor brasileiro deve começar a sentir os efeitos em breve, quando as indústrias comprarão as novas safras. As indústrias estão com estoques relativamente curto, pois estão no início da entressafra de trigo, lembrando que o produto acabado também não tem estoques e que varia muito de empresa para empresa. De todo modo, este repasse tende a ser gradual, pois não há espaço para elevar os preços de uma só vez para o consumidor final”, afirma.
Segundo o Banco do Nordeste, o Brasil é o 16° produtor, sétimo importador e 11° consumidor mundial de trigo. A previsão da produção brasileira de trigo para a atual safra de 2021 é de 7,7 milhões de toneladas, ou seja, cerca de dois terços do consumo nacional (66,2%), cuja média gira em torno de 11,6 milhões por ano.