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Pantanal é o bioma que mais secou nas últimas quatro décadas

Perda de superfície d’água encolheu 61% em 2023 na comparação com a média histórica. Situação favorece ocorrência do fogo

atualizado

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Imagem colorida de seca no pantanal
1 de 1 Imagem colorida de seca no pantanal - Foto: Buda Mendes/Getty Images

O Pantanal é o bioma brasileiro que mais perdeu superfície d’água proporcionalmente. A série histórica foi aberta em 1985 e em 2023, a área com superfície molhada apresentou redução de 61% em relação à média histórica. Os dados são da rede MapBiomas. A média histórica é de 956,3 mil hectares, mas o ano passado alcançou apenas 381,7 mil hectares.

Enquanto o Pantanal teve um encolhimento importante, o Cerrado teve o recorde de superfície de água desde 1985. No entanto, o registro 11% maior que a média é atribuído a reservatórios. A chuva generosa na Caatinga fez com que houvesse superação de 6% sobre a área histórica.

O Pampa foi um bioma que teve redução significativa. Foram 40% menos superfície de água que a média histórica. A Mata Atlântica variou sensivelmente 3% para cima.

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Equipe de voluntários trabalha na manutenção de pontes de madeira ao longo da rodovia Transpantaneira, em Poconé, MT, coração do Pantanal brasileiro
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Pantanal já tem milhares de focos de incêndio
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Pantanal

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Equipe de voluntários trabalha na manutenção de pontes de madeira ao longo da rodovia Transpantaneira, em Poconé, MT, coração do Pantanal brasileiro

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Pantanal em chamas: focos de incêndio no primeiro semestre batem recorde

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Combate ao fogo no Pantanal exige que brigadistas tenham resistência

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Combate ao fogo no Pantanal

Com o auxílio de aviões, brigadistas do combatem fogo em Corumbá
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Árvore sucumbiu ao fogo em área do Pantanal

Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
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Fogo consome bioma do Pantanal em MS

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Região registrou o maior número de focos de incêndio em 22 anos

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Os pesquisadores alertam que a perda de superfície d’água no Pantanal leva a consequências importantes nos aspectos ecológicos, sociais e econômicos. Em uma nota técnica sobre o assunto, é pontuado que a tendência tem sido agravada pelas mudanças climáticas.

“(Há) a necessidade urgente de estratégias adaptativas de gestão hídrica”, destaca o coordenador técnico do MapBiomas Água, Juliano Schirmbeck.

Como a estação da cheia já passou e os volumes d’água máximos são conhecidos, a rede adianta que 2024 não houve o pico de cheia. Pelo contrário, há uma seca histórica no bioma. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) afirmou que esta é a pior em 70 anos. A previsão é que a estação sem chuvas continue até setembro.

Além das consequências da mudança climática, a seca histórica tem relação com a atuação do El Niño que influenciou na redução do volume de precipitação no primeiro semestre deste ano. De janeiro a maio, foram 576,1 milímetros de chuva (mm) na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP). O volume é o menor desde 2018.

Os estados com maior perda de superfície d’água são Mato Grosso, com 274 mil hectares a menos, o que equivale a mais de oito vezes o tamanho de Belo Horizonte, e Mato Grosso do Sul com 263 mil hectares a menos. Porcentualmente, o encolhimento é de 33% e 30%, respectivamente.

Dos cinco municípios que mais perderam superfície de água em hectares, quatro estão nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: Corumbá (MS) (261.313); Cáceres (MT) (164.335); Poconé (MT) (77.190); (Barcelos(AM) (50.443) e Aquidauana (41.369) (MS).

Animais

A seca tem relação direta com a vida das espécies. Com a perda da superfície d’água, há menos habitat disponível. Desta forma, ficam prejudicadas a alimentação e a reprodução. “Peixes, por exemplo, precisam de áreas alagadas para reprodução e alimentação. A redução de água pode diminuir a disponibilidade de recursos alimentares, afetando a cadeia alimentar local”, explica o coordenador da equipe Pantanal do MapBiomas, Eduardo Rosa.

As análise da rede MapBiomas levaram ao entendimento que a seca tem relação direta com o recorde histórico de queimadas no bioma. A área queimada é de 468.547 hectares, o equivalente a três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Para controlar a situação dos incêndios, Rosa sugera medidas que envolvem “ações de prevenção, monitoramento, controle e políticas de longo prazo”. “Estratégias de manejo integrado do fogo, queimadas controladas, aceiros, monitoramento e detecção precoce, educação ambiental, sensibilização social, campanhas de conscientização das populações e comunidades sobre o uso do fogo e capacitação de brigadas”, lista o especialista.

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