Pais de vítima de atirador de GO questionam bullying como motivo
Família de João Pedro Calembo, 13 anos, morto no ataque, afirmou que não foi ouvida pela Polícia Civil durante investigações sobre o caso
atualizado
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Os pais do estudante João Pedro Calembo, de 14 anos, morto no ataque a tiros no Colégio Goyases, em Goiânia, na última sexta-feira (20/10), reclamaram que não foram procurados pela Polícia Civil durante as investigações do tiroteio. Em entrevista exibida pelo Fantástico neste domingo (22), a família questionou a versão divulgada pelas autoridades de que o crime teria sido motivado por bullying cometido pelos colegas de classe.
“Se o delegado sempre deu essa justificativa do bullying, por que ele não procurou saber da nossa parte? A escola teria que comprovar que nosso filho realmente estaria fazendo isso”, afirmou Leonardo Calembo. Segundo Calembo, a família nunca foi procurada pela escola sobre episódios envolvendo João Pedro e o atirador.
Os pais afirmaram terem perdoado o atirador. “O único sentimento que nós temos é de tristeza pelos pais deles e por ele. Nosso filho foi morar com Jesus, mas qual será a vida desse menino? Não desejamos nada de mal para ele”, comentou Bárbara.
Em uma homenagem publicada em seu perfil nas redes sociais neste sábado (21), a mãe de João Pedro pediu respeito ao luto da família. “Não julgue o nosso filho, a nossa família pelas notícias que você tem lido”, escreveu Bárbara. A mãe questionou ainda a versão de que seu filho teria sido morto após praticar bullying contra o colega de classe de 14 anos que realizou o ataque. “Nós e a escola sabemos que não foi assim. Somos pais presentes, disponíveis, empenhados na educação dos nossos 3 filhos”, afirmou.
Motivo
Em coletiva de imprensa realizada na sexta (20), o delegado titular da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depae), Luiz Gonzaga Júnior, informou que o objetivo do atirador, segundo o próprio rapaz, era matar um estudante que praticava bullying contra ele. O colega seria João Pedro, o primeiro a ser morto. Em seguida, segundo Gonzaga Júnior, o adolescente teria continuado os disparos de forma aleatória e afirmado: “Vocês todos vão morrer”.