Pai relata como filho agonizou após comer feijão envenenado por mulher
Adeilson Cabral, pai do jovem que quase morreu envenenado pela madrasta, descreveu reação do filho, de 16 anos, após refeição
atualizado
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Rio de Janeiro – Adeilson Cabral, pai do jovem que quase morreu envenenado pela madrasta, descreveu o desespero de ver o filho Bruno, de 16 anos, agonizando instantes após ingerir o feijão preparado por Cintia Mariano Dias Cabral. E, ao presenciar a reação do rapaz, o homem se lembrou de imediato dos últimos momentos de sua filha, Fernanda Dias Cabral, de 22 anos, que morreu subitamente há dois meses.
Madrasta é suspeita de matar enteada e envenenar enteado no RJ
“Os sintomas eram iguais: a tonteira, ele molhado de suor e, logo depois, já não conseguia mais falar. Pediu água com a língua enrolando e dali foi que eu me alertei. Já estava entendendo o que tinha acontecido com a Fernanda”, disse Adeilson em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Adeilson mencionou a indignação por constatar que sua esposa havia articulado a morte de Fernanda e a tentativa de assassinato de seu filho Bruno.
“Quero que ela pague, porque ela tirou dois sonhos. De um pai e de uma filha… Tinha o sonho de uma filha viver com o pai trabalhando, isso não tem preço. A minha vida daqui para frente é o meu trabalho com os livros. Em cada feira que eu for fazer, pelo menos ela vai estar do meu lado; assistindo. Ela me chamava de Homem de Ferro, porque eu sempre carreguei muito peso. Livro é pesado. Ela me chamava de Homem de Ferro no trabalho, e eu vou ser. É a única coisa que eu posso fazer”, acrescentou o pai.
Entenda o caso
Na sexta-feira (20/5), Cintia foi presa temporariamente. Ela é investigada por ter envenenado e matado a enteada Fernanda, em março, e ainda tentar matar o irmão dela, Bruno Carvalho, 16, da mesma maneira no dia 15 de maio.
De acordo com investigações, os dois jovens deram entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer com sintomas semelhantes: tontura, língua enrolada, baba e coloração da pele branca. Isso tudo após comer um prato de feijão feito e servido pela madrasta, que mantinha relacionamento conjugal com o pai das vítimas há cerca de seis anos.
O garoto teria relatado, após a refeição, que o feijão estava com um gosto amargo e aparentava ter bolinhas azuis. Logo depois, acabou internado, chegou a ser intubado, mas conseguiu sobreviver.
Inicialmente, a morte de Fernanda não havia sido relacionada a um homicídio. Entretanto, com a internação do irmão com sintomas semelhantes, houve uma reviravolta no caso e a morte passou a ser investigada.