Pai lembra o último pedido de Henry: “Deixa eu ficar mais um dia”
Criança morreu no último dia 8, vítima de agressões. Padrasto e mãe foram presos, nesta quinta-feira (8/4)
atualizado
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Em entrevista à TV Globo, o pai de Henry Borel relatou os últimos momentos com o filho. Segundo Leniel, a criança estava extremamente nervosa e chegou a vomitar quando percebeu que eles se aproximavam do condomínio em que Henry morava com a mãe e o padrasto, o ex-vereador Dr. Jairinho.
“Quando entreguei meu filho, fui chegando perto, ele foi ficando muito nervoso. Quando ele viu que estava chegando perto do Majestic [condomínio], foi ficando mais nervoso ainda, tanto que ele me agarrou e falou: ‘Não quero ir’. Ficou muito nervoso, começou a fazer náusea. Tanto que, quando chegou, tive que abrir e ele vomitou na saída do carro”, relatou Leniel.
Em outro trecho da entrevista, o engenheiro contou que a criança estava resistente a deixar o pai: “Eu falei: ‘Vai com a mamãe’. E ele: ‘Não papai, não quero ir. Me dá mais um dia. Deixa eu ficar mais um dia com você'”, lembra.
Leniel tinha que trabalhar no dia seguinte, por isso, não fez a vontade do filho. “E ela (Monique) falou: ‘Filho, amanhã tem escolinha, amanhã tem futebol, natação’. E ele disse: ‘Não, mamãe, eu não gosto'”.
Mensagens de celular obtidas pela polícia mostraram que a babá relatou à mãe a rotina de violência contra Henry. O pai da criança, no entanto, contou que não acreditava na possibilidade de Monique saber das agressões.
“Mãe é mãe. Eu não acreditava que uma mãe poderia estar encobrindo algo de tamanha monstruosidade.”
Na entrevista, Leniel relatou que a criança chegou a dizer ao pai que havia sido machucada pelo padrasto, mas que Monique havia negado a possibilidade.
“Ela falou: ‘Esquece, isso não acontece. Inclusive, eu mataria se eu descobrisse que o Jairinho machuca o nosso filho (…)’. Como é que pode uma mulher que fala que mata por causa do filho estar do lado de alguém que matou o dela?”, disse o pai. “Demoníaco, assustador.”
O engenheiro ainda falou sobre a mudança de comportamento de Monique quando o relacionamento com Jairinho começou.
“A partir do momento, e hoje eu vejo, quando ela foi morar com Jairinho, parece que ela quis apagar o filho da memória. Ou que, de alguma forma, aquilo estava impedindo ela de viver uma nova vida”, contou.
Leniel continuou: “É muito estranho. Eu não consigo explicar o que pode ter sido isso. Será que é a ganância, a luxúria, um novo cargo público?”.
A criança morreu no último dia 8, com marcas de agressão. O padrasto, Jairinho, e a mãe da vítima foram presos, na manhã de quinta-feira (8/4).