Pai diz que sofreu racismo de policial após morte da filha ao lado da prima
As primas Emilly Victoria, de 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7, foram baleadas e mortas no Rio de Janeiro
atualizado
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Após a morte de Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, 7 anos, o pai da menina, Maycon Douglas Moreira Santos, afirmou ter sido vítima de racismo no momento em que viu a filha morta. “Ela estava quente ainda. Aí, um policial me olhou e perguntou se eu tinha passagem [antecedentes criminais]”, desabafou, durante esta terça-feira (8/12). As informações são do UOL.
As primas Emilly Victoria, de 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7 anos, foram mortas durante um tiroteio, no dia 4 de dezembro, enquanto brincavam na porta de casa em Duque de Caxias (RJ). Emily levou um tiro na cabeça; Rebeca, no abdômen.
Também foram prestar depoimento, nesta terça-feira, além de Maycon, Lídia da Silva Moreira Santos, avó de Rebeca e tia da Emily.
Lídia da Silva disse ter descido do ônibus e visto policiais militares atirando em direção à rua onde mora, na comunidade Barro Vermelho, em Gramacho. Ao chegar em casa, viu Emily morta no chão. Mas só a reconheceu quando ouviu um parente gritar pelo seu nome. Em seguida, viu Rebeca, a pegou no colo e a levou para a UPA, com a ajuda do motorista de uma Kombi.
“A gente só quer justiça. A gente só quer que o culpado pague, seja ele quem for. E, infelizmente, o culpado foi alguém da Polícia Militar”, disse Lídia da Silva, antes de entrar na delegacia.
De acordo com moradores, a Polícia Militar estava atrás de dois homens em uma motocicleta e deu voz de parada. Os motociclistas teriam seguido, e um dos policiais atirou, ainda de acordo com testemunhas. Os disparos acertaram as duas primas. Somente neste ano, 22 crianças foram baleadas no Rio de Janeiro.
Em nota enviada ao Uol, a PM nega os disparos e diz que os agentes foram ao local após ouvirem tiros. A Polícia Civil ainda não se manifestou sobre as investigações.