Pai denuncia racismo após filho ser revistado por roubo em loja de SP
Jovem de 15 anos foi acusado de roubar relógio em loja esportiva de shopping de SP. Pais presenciaram cena e chamaram a polícia
atualizado
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São Paulo – Um jovem de 15 anos foi acusado de furtar um relógio por um funcionário da loja da Centauro do Shopping Center Norte, em São Paulo, na última quarta-feira (10/11). Os pais do adolescente acusam a loja de racismo e registraram um boletim de ocorrência.
Em publicação no Facebook, a mãe do menino, Kamila Silva, relatou que se sentiu “nervosa e impotente” enquanto seu marido e seu filho esperavam a polícia no shopping, após o jovem ter sido acusado de roubar o item.
“O vendedor e o gerente os abordaram pedindo que eles mostrassem as sacolas e pertences na frente de outros clientes, com loja cheia. Chamaram o segurança do shopping e meu esposo, sabiamente, chamou a polícia. A loja se recusa a dar os nomes dos envolvidos e mantém o posicionamento”, disse a mãe.
O pai, João Luís dos Santos, contou que seu filho foi acusado de roubo “sem qualquer comprovação dentro da Loja Centauro no Shopping Center Norte”.
“Os vendedores nos abordaram querendo nos revistar e mantendo o posicionamento de acusação até a polícia chegar. Tudo isto na frente de lojistas, clientes e o segurança do shopping acompanhando a pedido do vendedor. Uma sequência de absurdo atrás do outro. Após muito nervoso, BO feito”, relatou.
Os pais pediram que os amigos compartilhassem as publicações, e prometeram processar a loja. “Vamos até o fim com um processo na Centauro, mas eu escrevo pela honra e dignidade do meu filho que, precocemente, já enfrenta de maneira crua e dura como é a sociedade que vivemos. O nome disto? Racismo estrutural. Meu coração está em pedaços”, disse a mãe.
O boletim de ocorrência foi registrado no 9º DP, do Carandiru, como crime resultante de preconceito de raça ou de cor, e será apurado.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Centauro disse que “está apurando os fatos com prioridade e com a profundidade que o caso exige. A abordagem relatada não é prática da companhia e nem reflete o posicionamento e os valores da Centauro, uma empresa que não tolera atos de injustiça ou de discriminação e preconceito”.