Pai de Henry: “Quantas crianças podem estar sofrendo maus-tratos?”
Leniel Borel de Almeida Jr. faz desabafo nas redes sociais e levanta, pela primeira vez, a hipótese de o filho ter sido vítima de agressões
atualizado
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Rio de Janeiro – O engenheiro Leniel Borel de Almeida Jr., pai do menino Henry Borel Medeiros, que morreu no último dia 8, no Rio de Janeiro, fez um desabafo, pelas redes sociais, na manhã deste domingo (28/3).
“Está muito difícil saber que não vou poder abraçar meu filhinho mais um dia. Precisamos entender o propósito de Deus com a morte do meu anjo Henry. Já falei para alguns que o propósito pode ser para minha vida, para sua, para outras famílias, ou para todas as crianças do nosso Brasil”, escreveu.
Henry morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade). Na madrugada do dia 8 de março deste ano, o casal contou aos investigadores da 16ª DP (Barra da Tijuca) que encontraram o menino no chão, com as extremidades frias e com problemas de respiração.
O laudo da necropsia do corpo da criança indica hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. A dupla nega a agressão.
“Henry era um anjo, perfeito, lindo … mas quantas crianças podem estar sofrendo (ou já sofreram) maus-tratos no Brasil? Não podemos deixar que o sentimento de impunidade prevaleça”, assinalou Leniel.
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Entenda o caso
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram o fim de semana anterior juntos, sem qualquer acontecimento anormal.
Por volta das 19h do dia 7, o pai levou Henry de volta para a casa da ex-mulher, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida. Ela mora com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O garotinho morreu às 5h42, conforme registro policial registrado pelo pai da criança.
De acordo com o laudo de exame de necropsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.
Investigações
Como parte da investigação da morte de Henry, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) fizeram uma espécie de reconstituição do último dia em que o menino esteve na companhia do pai. Os investigadores recolheram imagens de câmeras do circuito interno de um shopping, local em que o garoto se divertiu em um parquinho, e do condomínio em que Leniel Borel mora.
No dia 17/3, Monique e Dr. Jairinho foram ouvidos, separadamente, por cerca de 12 horas na 16ª DP. De acordo com a polícia, os depoimentos aconteceram nove dias depois do crime, porque Monique estaria em estado de choque, sob efeito de medicamentos.
Ambos afirmaram que estavam em um quarto vendo série e, quando foram dormir, a mãe encontrou Henry caído no chão, ao lado da cama, com as extremidades frias e com dificuldade para respirar. Monique disse à polícia que acredita que o menino tenha caído da cama.
A equipe médica que atendeu Henry no hospital da Barra; a empregada da casa onde o menino morava com a mãe e o padrasto; a avó materna e uma ex-namorada de Jairinho prestaram depoimento aos policiais.
No dia 26, a Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico dos investigados, como pai, mãe, padrasto e avó materna, e a apreensão dos telefones celulares de todos. Policiais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em três endereços diferentes: da família de Monique, de parentes de Jairinho e na casa do pai de Henry.