Pai da Capitã Cloroquina morre aos 77 anos
César Pinheiro morreu de insuficiência respiratória, sepse e infecção urinária. Ele ficou meses internado após contrair Covid
atualizado
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O servidor aposentado da prefeitura de Fortaleza César Pinheiro morreu*, nesta terça-feira (5/10), aos 77 anos. Ele era pai da médica Mayra Pinheiro, atual secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, conhecida como “Capitã Cloroquina”.
César Pinheiro tinha câncer de próstata e asma. Ele foi diagnosticado com Covid-19 no início deste ano. O servidor aposentado ficou quatro meses internado no Hospital São Carlos, em Fortaleza (CE). Ele recebeu alta em agosto, mas voltou ao hospital devido a um quadro de infecção urinária.
Mayra negou que a morte de seu pai tenha “relação com sua recente internação e alta em virtude da Covid-19”. Segundo ela, as causas do óbito dele foram “insuficiência respiratória, sepse e infecção urinária”. Ela ressaltou que “apesar de todas as suas comorbidades pré-existentes”, ele “venceu [a Covid] e figurou na estatística dos 20,44 milhões de brasileiros recuperados no país”.
Veja mensagem publicada por Mayra nas redes sociais:
A secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde é grande defensora do kit Covid, tratamento para o coronavírus com remédios sem eficácia comprovada contra a doença. Essa militância a levou a ser conhecida como “Capitã Cloroquina”.
Depoimento à CPI da Covid
Em depoimento na CPI da Covid-19 no Senado, em 25 de maio deste ano, a médica confirmou que o pai, quando adoeceu de Covid-19, se tratou com hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina.
Esses medicamentos foram criados para tratar outras doenças, como a malária. Entretanto, foram testados contra o coronavírus e não conseguiram provar nenhuma evidência de eficácia, o que não impede um grupo de médicos – como a própria Mayra – e de leigos, como o presidente Jair Bolsonaro, de defender até hoje o tratamento precoce.
Abaixo, veja trecho do depoimento em que Mayra é perguntada pelo senador governista Jorginho Melo (PL-SC) se tinha confiança no tratamento sem comprovação a ponto de se tratar ou tratar alguém da família.
“Sim, senador. Tive meu pai, que ficou muito grave, ainda permanece internado na UTI. Meu pai tinha uma doença de base, um câncer de próstata, eu tive a doença, vários membros da minha família tiveram, e aqueles que se submeteram ao ‘tratamento precoce’ graças a Deus todos evoluíram. Meu pai, a despeito do internamento na UTI, permanece vivo e nos próximos dias deverá voltar pra casa”, respondeu a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde.
Velório e sepultamento de César Pinheiro
A médica também publicou informações sobre velório e sepultamento do seu pai. Como o servidor aposentado não carregava o vírus há alguns meses, não há orientação para restrições de público na despedida.
*Esta reportagem foi atualizada às 13h07 de 6 de outubro para incluir nota publicada pela secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, sobre a morte do pai. Segundo Mayra, as causas do óbito foram “insuficiência respiratória, sepse e infecção urinária”.