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Pai abriria prostíbulo com dinheiro desviado de campanha para filho

As investigações apontam que Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, usava parte dos valores doados à criança para bancar uma vida de luxo

atualizado

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Mateus Henrique Leroy Alves
1 de 1 Mateus Henrique Leroy Alves - Foto: Reprodução

O homem acusado de desviar cerca de R$ 600 mil arrecadados em uma campanha para ajudar no tratamento do próprio filho doente pretendia usar o dinheiro para montar um esquema de gerenciamento de garotas de programa, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais.

As investigações apontam que Mateus Henrique Leroy Alves, 37 anos, usava parte dos valores doados à criança, que luta contra atrofia muscular espinhal (AME), para bancar uma vida de luxo que envolvia, além de perfumas caros e roupas de grife, farras com bebidas e drogas.

A campanha para ajudar João Miguel, 1 ano e 7 meses, conseguiu, em um ano, juntar mais de R$ 1 milhão. A intenção era usar a quantia para bancar a medicação do garoto: cada dose chega a custar  cerca de R$ 360 mil.

Porém, Leroy Alves foi denunciado pela esposa, Karine Rodrigues, após ela suspeitar de suas atitudes, pedindo bloqueio judicial das contas junto à Vara da Infância e Juventude. O homem vivia em Conselheiro Lafaiete (MG) e foi preso em um quarto na cidade de Salvador (BA) em 22 de julho.

“Ele fala que gastou cerca de R$ 600 mil. Efetivamente, ele gastou, sendo que R$ 300 mil foram com farra com mulheres, bebidas e drogas. No momento da prisão, inclusive, estava com porções de maconha. E com o restante do dinheiro, o homem alega que estava sendo extorquido”, contou o delegado Daniel Gomes. As informações são do G1.

Diálogos gravados com autorização da Justiça e mostrados pelo Fantástico desse domingo (28/07/2019) mostram Leroy Alves e uma mulher em conversa que os investigadores acreditam ter relação com gerenciamento de prostitutas.

Mulher: “E cê confia, Mateus?”
Mateus: “De olho fechado.”
Mulher: “Tá bom, então.”
Mateus: “São meninas que já trabalhou (sic) na minha casa lá de (Conselheiro) Lafaiete, de Belo Horizonte.”

Defesa

O advogado Túlio César de Melo Silva afirma que Leroy Alves é vítima de extorsão. “A história que ele me contou parece ser a mesma que ele já contou para o delegado, que ele foi, na verdade, extorquido, né? [Isso aconteceu] quando ele foi para Belo Horizonte fazer um curso de segurança. Um curso interessante, porque parece que foi a própria irmã que pagou. No curso, conheceu uma pessoa que o levou até uma boca de fumo. Lá, ele comprou droga (…) e pensou em fazer sociedade com um traficante. Esse traficante, então, talvez, não sei, se já sabia ou investigou um pouco sobre o Mateus, descobriu sobre a campanha, dos valores da campanha e, em cima disso, começou a extorquir [dinheiro] dele.”

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