Padre acusado de estupro chamou coroinha de “viado” e “bundão”
Jovem de 22 anos afirma que, ao completar 15, os abusos começaram; a violência teria durado mais de um ano
atualizado
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Um jovem de 22 anos acusa o padre Edson Felipe Gonzalez de abusar sexualmente dele por mais de um ano, durante a sua adolescência, quando ele frequentava uma igreja no Guarujá, litoral de São Paulo. De acordo com informações do G1, uma conversa entre o estudante, Lucas Grudzien, e o religioso mostra o homem o chamando de “bundão” e “viado”.
Aos 12 anos, o jovem começou o curso para ser coroinha, quando, segundo ele, o padre começou a se aproximar. Lucas afirmou que, ao completar 15 anos, o homem pediu para ele trabalhar até mais tarde. Nesse dia, ele diz ter sido estuprado e que os abusos se estenderam por mais de um ano.
O padre o orientava a apagar todas as conversas deles pelas redes sociais. O pai eventualmente acabou descobrindo e o questionou sobre o que estava acontecendo. Lucas então relatou tudo à família, que registrou boletim de ocorrência e procurou o Ministério Público. A mãe do rapaz chegou a enviar uma carta ao Vaticano.
De acordo com o ex-coroinha, nesse período ele começou a tirar notas baixas, ficar agressivo e depressivo, mas não tinha coragem de relatar o que acontecia. O que fez o jovem divulgar o caso atualmente é o desejo de alertar outras potenciais vítimas, e a crença de que a justiça deve ser feita. Lucas pretende criar um grupo de apoio nas redes sociais, para que outras pessoas consigam relatar o que vivem.
Ricardo de Souza, advogado responsável pela defesa do padre Edson, alegou que depoimentos e elementos reunidos mostravam que nada de ilícito havia acontecido. “A denúncia foi feita pela mãe do menino, porque ela supostamente teria encontrado mensagens dele e do padre no computador, mas o equipamento foi periciado e nada foi encontrado, então isso denota que a denúncia é inverídica”, disse.