Padilha sobre reunião do Copom: “Todas as condições para queda de juros”

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (1º/8) que o governo federal construiu “todas as condições para que o Brasil inicie uma trajetória decrescente da taxa de juros”. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou a primeira reunião do segundo semestre nesta terça (1º), com encerramento previsto para a quarta (2).

O mercado espera que o colegiado reduza a taxa básica de juros, a Selic. A dúvida, no entanto, é se o índice cairá 0,25 ou 0,5 ponto percentual. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.

“Nossa expectativa é com a reunião do Copom. Queria reafirmar que o governo e o Congresso Nacional construíram todas as condições necessárias para que o Brasil inicie uma trajetória decrescente de juros. Agradecemos também ao presidente do Senado por conta disso”, declarou Padilha, após encontro com o presidente da Casa Alta, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A reunião ocorreu na residência oficial de Pacheco, em Brasília, e contou com a participação dos líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

“A postura do Senado no primeiro semestre, da Câmara, a equipe da Fazenda liderada pelo ministro Fernando Haddad, construíram o cenário para a queda de juros. É uma expectativa que nós temos”, afirmou o ministro.

Segundo o Relatório Focus, do BC, o mercado financeiro projeta a Selic a 12% ao ano no fim de 2023. Para 2024, a projeção foi reduzida de 9,5% para 9,25%.

A reunião desta terça é a primeira que conta com indicados do governo Lula. Após aprovação em sabatina no Senado, tomaram posse no último dia 12 de julho os diretores Ailton de Aquino e Gabriel Galípolo. Até junho, Galípolo foi secretário-executivo no Ministério da Fazenda, atuando como o “número 2” do ministro Fernando Haddad.

Nova reunião do Copom

O Copom é composto pelo presidente do Banco Central, atualmente Roberto Campos Neto, e os demais diretores da autoridade monetária.

A expectativa geral, por ora, é que o Copom reduza a taxa Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.) na reunião de agosto. Se confirmado, a diminuição seria a primeira desde junho de 2019.

Entretanto, tanto um corte acima do esperado (de 0,50 p.p., por exemplo) quanto uma manutenção da taxa não estão descartados.

O governo vem pressionando desde o começo do ano para que o BC inicie um ciclo de cortes na taxa de juros, argumentando que houve queda na inflação deste ano.