Padilha confirma Fufuca e Silvio Filho no governo: “Decisão tomada”
Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o presidente Lula decidiu trazer os dois parlamentares para o governo
atualizado
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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou, nesta sexta-feira (4/8), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou a decisão de nomear como ministros o líder do PP na Câmara dos Deputados, André Fufuca (PP-MA), e o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).
A informação sobre a entrada dos parlamentares no governo circula desde a segunda quinzena de julho, mas o presidente Lula ainda segura as nomeações na tentativa de ganhar tempo para não se indispor com aliados, além de garantir que as trocas vão mesmo se traduzir em votos no Congresso Nacional.
“Já tem uma decisão do presidente Lula de trazer esses dois parlamentares, que representam duas bancadas importantes do Congresso. Mas, mais do que elas, podem atrair outros parlamentares, trazê-los para o governo, convidá-los para ocupar postos de ministérios”, declarou Padilha.
O ministro conversou com a imprensa após a reunião do Conselhão durante o evento Diálogos Amazônicos, em Belém (PA). O evento foi realizado como prévia da Cúpula da Amazônia, em 8 e 9 de agosto, que reunirá os presidentes dos países que abrigam parte da floresta em seus territórios e convidados.
Segundo o ministro, a adesão dos partidos contribuirá com a agenda prioritária do governo neste segundo semestre, que inclui a conclusão da reforma tributária e do marco fiscal, e a votação do orçamento.
“Acreditamos que essas forças políticas vão ajudar muito. A decisão pelo presidente Lula está tomada. O presidente Lula gosta de fazer essa relação com as lideranças partidárias, então vai fechar essas reuniões, fazer o convite”, prosseguiu Padilha.
Em função da agenda presidencial na Região Norte, a decisão deve ficar para as próximas semanas.
“Mas, como o presidente vem para a Amazônia, já está em Parintins, não será possível fazer essa agenda na próxima semana. O diálogo continua, e a decisão vai acontecer no mês de agosto, mas a decisão do presidente já é trazer esses parlamentares”, esclareceu o ministro das Relações Institucionais.
Reforma ministerial
Os articuladores políticos do governo Lula admitem publicamente, desde o início de julho, após a aprovação pela Câmara da reforma tributária, que o presidente decidiu abrir espaço na Esplanada para mais partidos do Centrão. No entanto, ainda não há sinalizações sobre as pastas que os possíveis novos ministros vão ocupar.
Praticamente um mês depois, porém, e com os nomes dos candidatos a ministros circulando na imprensa e nos corredores de Brasília, Lula ainda segura as mudanças, e colhe resistência para o andamento de sua agenda no Congresso.
E a tendência é que ele ainda demore mais um tempo para decidir, a exemplo do que ocorreu em outra mudança, no Ministério do Turismo.
Em entrevista a rádios da Região Norte nessa quinta, Lula tentou desconversar insistindo que não tem pressa, mas admitiu que fará “ajustes no governo” a fim de “construir uma maioria [na Câmara], para que, até o fim de 2026, a gente já possa votar as coisas importantes de interesse do povo brasileiro”.
Uma conversa entre Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre uma sociedade cada vez mais firme entre os dois, está por acontecer desde o fim da semana.
O presidente da Câmara emplacou a primeira troca ministerial em favor de seu grupo, com a confirmação de Celso Sabino, deputado do União Brasil (PA), no lugar de Daniela Carneiro no Turismo. Outros nomes dos futuros ministros apadrinhados pelo Centrão foram costurados entre os líderes partidários e a articulação do governo.