Paciente sofre de ansiedade e depressão após cirurgia com médico preso
Entre as queixas da mulher estão seios diferentes, dores constantes e cicatrizes imperfeitas. Pelo menos 12 vítimas já denunciaram o médico
atualizado
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Rio de Janeiro – Vítima de um procedimento estético malsucedido, mais uma mulher procurou a Delegacia da Mulher (Deam) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para denunciar o cirurgião plástico Bolívar Guerrero, de 63 anos anos. Em boletim de ocorrência registrado nesta quarta-feira (20/7), ao qual o Metrópoles teve acesso, a paciente, que não será identificada nesta reportagem, relata hipertensão, depressão e ansiedade em função dos problemas pós-cirúrgicos.
O médico foi preso na última segunda (18/7) acusado de cárcere privado. O homem, que é equatoriano, é acusado de manter uma paciente há quase dois meses em cárcere privado no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense do Rio.
Daiana Chaves Cavalcanti, 36, foi transferida para o Hospital Federal de Bonsucesso na manhã desta quinta-feira (21/7).
Intercorrências
A mulher que fez a nova denúncia relata que chegou ao médico por meio do Facebook. Ela foi operada por Bolívar em outubro de 2020 no Hospital Santa Branca. Inicialmente, foi submetida a quatro procedimentos: abdominoplatia, lipo nos flancos, enxerto nos glúteos e mastoplastia com implante de prótese de silicone. O valor acertado foi de R$ 22.500, diretamente com o médico.
Conforme o depoimento, a cirurgia foi realizada no dia 10 de outubro de 2020, pelo Dr. Bolívar, com a presença de Kellen Cristina de Queiroz dos Santos, técnica de enfermagem e auxiliar do médico, além de outras três mulheres não identificadas. A vítima afirma que após uma semana já sentia muitas dores, os pontos abriram e havia sangramento no abdômen e nas costas. No entanto, o médico dizia que era normal. Um mês após o procedimento, ela voltou à clínica do cirurgião e relatou que o resultado não era o esperado.
“Além de dores e o fato da prótese esquerda estar completamente fora do lugar, inclusive sendo percebido com o toque. Que a cirurgia do abdômen apresentou bolhas e que a paciente mostrou ao Dr. Bolívar, que disse: ‘irei passar uma pomada para melhorar'”, diz um trecho do depoimento.
Cirurgia reparadora
Em maio do ano seguinte, a vítima passou por uma cirurgia reparadora na mesma unidade de saúde. Neste procedimento, a mulher afirma que a técnica de enfermagem Kellen Cristina também participou da cirurgia. Segundo ela, após a segunda cirurgia, ficou com os seios diferentes, dores constantes, além de cicatrizes completamente imperfeitas.
Ainda de acordo com a vítima, em razão dos danos estéticos, ela está sofrendo de depressão, ansiedade e hipertensão.
Bolívar já foi preso em 2010 por aplicar um medicamento para preenchimento facial sem registro na Anvisa. Na última segunda-feira (18/7), ele precisou interromper uma cirurgia devido ao cumprimento do mandado de prisão.
O cirurgião está preso temporariamente após a decisão do Tribunal de Justiça, em audiência de custódia.