Pacheco sobre desaparecimentos no Amazonas: “Senado vai reagir”
Presidente do Senado Federal classificou o episódio como uma “ofensa ao Estado brasileiro” e externou preocupação com a violência na região
atualizado
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O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), externou, nesta segunda-feira (13/6), preocupação com o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira, no Vale do Javari, no Amazonas. O senador cobrou uma “reação” das comissões da Casa para discutir e debater alternativas à violência na região.
A fala ocorreu no início da sessão plenária desta tarde. Pacheco defendeu, na ocasião, que é preciso combater o “Estado paralelo” que se impôs na região, que se tornou um dos locais mais perigosos da Amazônia, em razão do crescimento de operações ilegais como desmatamento clandestino e até a criação de rotas para o narcotráfico.
“Há todo o contexto de um Estado paralelo que se impõe num lugar, e que, infelizmente, o Estado brasileiro não consegue preencher suficientemente. É motivo de alerta e de reação do Senado Federal. Nós precisamos reagir, a Comissão de Constituição e Justiça, a Comissão de Meio Ambiente, de Comissão de Direitos Humanos devem se organizar para se fazerem presentes neste caso, e diagnosticarem esses problemas na região”, disse o presidente.
O congressista classificou o caso como “atrocidade” e uma “ofensa”.
“Não queremos precipitar o que de fato aconteceu com eles, mas, caso se confirme o fato de terem sido eventualmente assassinados, caso isso se confirme é uma situação das mais graves do Brasil… Para além de um sentimento humano, há uma ofensa ao Estado brasileiro; uma ofensa às instituições, e nós do Senado Federal não podemos tolerar essa atrocidade”, enfatizou.
Após o posicionamento de Pacheco, o líder da oposição na Casa, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para criação de uma comissão externa dedicada a atuar na apuração do caso. “Não podemos normalizar esse tipo de crime no nosso país! Queremos respostas! A comissão externa, para além de investigar o caso de Dom e Bruno, será para investigar o aumento da violência na Amazônia e os ataques às pessoas e associações que trabalham em defesa do meio ambiente no Brasil!”, publicou nas redes sociais.
Desaparecimento
Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira se deslocavam com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar entrevistas com os habitantes daquela região.
De acordo com relatos, o desaparecimento ocorreu no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. A dupla foi vista pela última vez no domingo, dia 5 de junho.
Nesta segunda, a família de Dom Phillips chegou a receber informações de que os corpos do jornalista britânico e do indigentista brasileiro Bruno Araújo Pereira teriam sido encontrados. A PF e os indígenas da região, contudo, negaram.
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