Pacheco, Lira e Nogueira têm reunião sobre tensão gerada por Bolsonaro
Conversa entre os líderes do Congresso e o chefe da Casa Civil de Bolsonaro se dá em momento de alta tensão em Brasília
atualizado
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Os ataques desferidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o pedido de impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, levaram os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a selarem uma espécie de “pacto” contra a instabilidade institucional.
Na tarde desta segunda-feira (16/8), o trio esteve reunido na residência oficial da Câmara dos Deputados, no Lago Sul, em Brasília. Segundo reportagem da TV Globo, o objetivo foi estabelecer um canal de diálogo em razão da instabilidade provocada pelas declarações de Bolsonaro.
Antes da reunião, Pacheco teria telefonado para o presidente do STF, Luiz Fux, com quem deve se encontrar nesta terça-feira (17/8). O senador também conversou com o procurador-geral da República, Augusto Aras.
A conversa entre os líderes do Congresso e o chefe da Casa Civil de Bolsonaro se dá em momento de alta tensão em Brasília.
Ruptura institucional
Nesse domingo (15/8), o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, revelou que Bolsonaro enviou uma mensagem na tarde de sábado (14/8), por meio de uma lista de transmissão no WhatsApp, em que fala a aliados sobre a necessidade de um “contragolpe”.
No texto, o chefe do Executivo federal convoca apoiadores para se manifestarem no dia 7 de setembro com o objetivo de mostrar que ele e as Forças Armadas têm apoio para uma ruptura institucional.
Nessa segunda, Pacheco e Lira se manifestaram sobre o “contragolpe”. O senador defendeu que “neste momento de crise, mais do que nunca é recomendável a busca de consensos e o respeito às diferenças”. “Patriotas são aqueles que unem o Brasil, e não os que querem dividi-lo”, enfatizou.
Pelas redes sociais, Lira não endossou a fala do presidente e demonstrou não apoiar qualquer atitude de ruptura institucional, ao dizer que seu objetivo é continuar fazendo o trabalho na Câmara dos Deputados como “um ferrenho defensor constitucional da harmonia e independência entre os Poderes”.