Pacheco celebra carta de Bolsonaro e pede que respeito “se perpetue”
Presidente do Senado disse que tom conciliatório recém-adotado por Bolsonaro faz bem ao país e pede atenção a problemas nacionais
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua colhendo os frutos de seu recuo do tom beligerante contra o Poder Judiciário desde a divulgação, no fim da semana, de uma carta pedindo a harmonia. Neste domingo (12/9), presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse esperar que a nota feita com a ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB) represente a tônica na relação entre os Poderes daqui para frente.
“O conteúdo da carta vai ao encontro do que é nossa expectativa de pensarmos o Brasil, [de um comportamento] que respeite os Poderes, que os Poderes se respeitem, que tenhamos sempre a lógica de cumprimento da Constituição e de observância do que é o bem comum”, afirmou Pacheco durante evento do aniversário de 119 anos do nascimento do ex-presidente Juscelino Kubitscheck, no memorial dedicado ao político em Brasília.
“Guardo muita expectativa e confiança de que ela [atitude de Bolsonaro na carta] se perpetue como uma tônica entre as relações dos Poderes a partir de agora, porque isso é fundamental para o país.”
Escrevo-te esta carta
Bolsonaro divulgou uma carta na tarde de quinta-feira (9/9) na qual diz que às vezes fala “no calor do momento”, mas que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. A nota, um claro recuo no tom das últimas semanas, foi publicada no site do Palácio do Planalto logo após encontro de Bolsonaro com o ex-presidente Michel Temer (MDB).
O emedebista não fez nenhuma questão de esconder que havia ajudado a redigir o documento, que acalmou o mercado e líderes políticos, mas incomodou a base mais ideológica do presidente, que esperava, na verdade, uma escalada das tensões após os atos do último dia 7 de setembro.
“Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, diz o texto assinado por Bolsonaro.
Na nota, o chefe do Executivo federal defende a harmonia entre os Três Poderes e atribui divergências a “conflitos de entendimento” acerca de decisões tomadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, que tem atingido bolsonaristas e o próprio presidente.
Antes de publicar sua declaração à nação, porém, Bolsonaro chegou a conversar por telefone com Moraes – que é até elogiado na carta.