Outono trará temperaturas mais amenas, mas pode ter ondas de calor
Outono marca a transição do verão quente e úmido para o inverno frio e seco, por isso, as temperaturas devem cair em algumas regiões
atualizado
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O outono começou na última quarta-feira (20/3) e vai até 21 de junho. A estação marca a transição do verão, que é quente e úmido, para o inverno, mais frio e seco. Por isso, o Climatempo indica que a nova estação poderá ser marcada pela queda nas temperaturas, mas não descarta que ondas de calor sejam registradas.
Segundo a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), entre abril e julho o El Niño, responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, passará por uma transição e poderá perder força. Essa mudança deverá resultar na queda das temperaturas.
Com a desaceleração do fenômeno climático, a tendência é que haja uma queda gradual nas temperaturas no Centro-Sul do Brasil, de acordo com Vinícius Lucyrio, climatologista da Climatempo.
“Há uma diminuição na radiação solar ao longo da estação. Então, entre os meses de abril e junho, isso faz com que naturalmente a temperatura tenda a entrar numa queda de forma gradual”, esclarece o climatologista.
Vinícius Lucyrio prevê, porém, que, nos próximos três meses, grande parte do Brasil terá uma temperatura acima da média histórica para o período. No entanto, os termômetros devem registrar queda gradativa ao longo do outono.
“Agora em abril, a gente vai ver o domínio de algumas massas de ar seco de forma um pouco mais persistente sobre áreas do interior do país, na região Sudeste, Centro-Oeste, e aumentando a atuação delas para áreas mais do sul da região Norte. E até mesmo áreas do interior da Bahia”, afirma Vinícius Lucyrio.
O climatologista do Climatempo informa que períodos de calor devem ser detectados ao longo de abril, mas acredita que ondas de calor são menos esperadas, dada a mudança de estação.
“Ondas de calor são mais improváveis nesse momento porque o calor a partir do outono já não é tão intenso quanto a gente observa durante a primavera e o verão. Mas a gente não pode descartar uma onda de calor em áreas ali de Mato Grosso do Sul, áreas do oeste do Paraná, pegando o interior de São Paulo”, diz Vinícius Lucyrio.
De acordo com o climatologista do Climatempo, esse outono deverá ser mais seco do que em anos anteriores e as chuvas ficarão mais concentradas nos extremos do país. O Distrito Federal, por exemplo, deve ter uma redução da precipitação a partir da segunda quinzena de abril, com maior amplitude térmica e queda na umidade do ar.
Por outro lado, o sul da região Norte deve registrar bastante chuva ao longo do próximo mês. Em especial no centro-sul de Amazonas, Acre, Rondônia, Tocantins e áreas do sul do Pará.
“Na região Nordeste vamos ter aí agora ao longo de abril o aumento mais significativo das chuvas na faixa leste, especialmente entre Salvador (BA) e Maceió (AL), mas ao longo do outono a gente vai ter um aumento das chuvas também, tanto na frequência quanto em volumes, em áreas um pouco mais ao norte, então pegando de Recife (PE) até Natal (RN)”, indica o especialista.
Chuvas no Sudeste
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho de “grande perigo” para chuvas intensas para partes de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais ao longo do fim de semana. O acumulado nessas regiões pode superar os 150 milímetros por dia.
A região Sudeste vive a chegada de uma frente fria, que deixou o Sul e avança pela parte costeira do país.
“Agora ela [frente fria] está semi-estacionária na altura da região dos lagos, no Rio de Janeiro. Em que isso está implicando? Tivemos o avanço de algumas áreas de instabilidade que chamamos de pré-frontais, são temporais, nuvens muito carregadas que avançam antes da frente fria chegar, elas acabam provocando algumas chuvas intensas”, esclarece Vinícius Lucyrio.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), suspendeu todos os serviços não essenciais na última quinta-feira (21/3) para evitar o deslocamento de pessoas pela cidade. O político pediu para as empresas privadas fazerem o mesmo para evitar desastres diante da previsão de chuvas fortes.
O governador do Estado, Cláudio Castro (PL), decretou ponto facultativo em todo Rio de Janeiro nessa sexta (22/3). Ele destacou a possibilidade de temporais até o domingo (24/3).
“Para que as nossas equipes possam trabalhar e consigam garantir a segurança nas ruas, estou decretando ponto facultativo nesta sexta-feira, dia 22. Estou neste momento em reunião com o gabinete de crise no CICC [Centro Integrado de Comando e Controle] para alinharmos nossas ações do plano de contingência, para reduzir os impactos dos temporais”, disse o governador.
“Peço à população para ficar em casa, em local seguro, para evitar transtornos. Falei com a Alerj e o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para suspender os trabalhos e vou orientar os prefeitos para que decretem ponto facultativo”, pediu Castro.