Órgãos se articulam para divulgar lista de espera de UTIs Covid em GO
Sistema deverá mostrar dados referentes ao número de soluções que chegam ao Complexo Regulador no âmbito municipal e estadual
atualizado
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Goiânia – Representantes do Ministério Público de Goiás (MPGO) e das secretarias Estadual (SESGO) e Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, definiram termos para que seja viabilizada a divulgação da lista de espera dos leitos Covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS) em unidade de terapia intensiva (UTI) e em enfermaria, com detalhamento por município.
As medidas foram decididas durante uma reunião virtual na tarde desta sexta-feira (19/3). Dessa forma, ficou definido que as áreas de Tecnologia da Informação da SES e da SMS de Goiânia devem apresentar ao MPGO, na próxima quarta-feira (24/3), o sistema informatizado de forma detalhada.
O conteúdo, que também será hospedado no site do MP, deverá apresentar, de maneira clara e informativa, os dados referentes ao número de solicitações que chegam ao Complexo Regulador Estadual por leitos em UTI e de enfermaria no estado de Goiás e no município de Goiânia.
Na reunião da próxima semana, será apresentado um piloto da proposta que, assim que aprovado, será colocado no ar e estará disponível para toda a população.
Rapidez
A subsecretária estadual de Saúde, Luciana Vieira, afirmou que não será uma demanda difícil de ser atendida, uma vez que são dados já estão disponíveis pela secretaria. Ela ponderou que falta somente a adequação do arquivo por município, o que está sendo providenciado e será feito até a próxima semana.
Os órgãos relacionados à saúde garantiram a possibilidade de estruturação do sistema, bem como o balizamento dos dados, para que os municípios não fiquem destoantes.
Transparência
Para o promotor de Justiça Marcus Antônio Ferreira Alves, trata-se de uma mudança de paradigma. “As pessoas precisam saber claramente esse dado. É importante que a população compreenda a real situação da rede de saúde”, afirmou.
A promotora de Justiça Marlene Nunes Freitas Bueno acrescentou que o MPGO busca cumprir o seu dever de também informar de forma clara sobre a crise de saúde atualmente enfrentada. “Reconhecemos o esforço do estado e do município. Não está longe dos nossos olhos e da nossa compreensão os esforços que todos estão fazendo para agir”, observou.
Participaram ainda, no ambiente virtual, o gerente de Inovação da SES, Carlos Augusto Tibiriçá, e, pela SMS, o gerente de Internação Hospitalar, Fernando Marcos, e o médico Sérgio Nakamura.
Análise de cada caso
De acordo com a secretaria, a fila de pedidos por vaga é grande, mas cada um dos casos de pacientes precisa passar por análise técnica da pasta antes de ser encaminhado para hospital com leito exclusivo para tratamento contra Covid.
Moradores de Goiânia e Aparecida de Goiânia estão entre as maiores demandas por vagas. Também há pedidos de municípios do Entorno por leitos especializados, como Valparaíso, Luziânia, Formosa e Águas Lindas, onde morava a primeira pessoa que morreu, no estado, após ser contaminada pela variante de Manaus.
Como não há vaga disponível para todos os pacientes, a secretaria prioriza os casos mais urgentes na seleção para ocupar os leitos livres. As pessoas são encaminhadas conforme o perfil da vaga disponível, mas só depois de enfrentarem longa via-crúcis e se vencerem o tempo de espera, que, em algumas cidades, chega a uma semana.
Morte chega antes
Em alguns casos, a morte chega mais rápido. O Metrópoles mostrou que, em uma semana, morreram sete de 11 pacientes com Covid-19 que estavam intubados em leitos improvisados e sem o devido isolamento na unidade de pronto atendimento (UPA) e no hospital municipal de Inhumas, na região metropolitana. Eles esperavam por leitos de UTI.
Pressionado pela acelerada disseminação do vírus em Goiás, o governador Ronaldo Caiado divulgou, na última terça-feira, novo decreto com medidas restritivas. O estado proibiu cidades em calamidade de flexibilizarem regras para enfrentamento à Covid.