Opositora venezuelana rebate ironia de Lula: “Isso porque sou mulher?”
María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, foi impedida de disputar as eleições no país
atualizado
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Avalista das eleições que Nicolás Maduro promete promover na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou a atual conjuntura com o período em que ficou impedido de concorrer à presidência em 2018, no Brasil.
“Eu fui impedido de concorrer às eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei outro candidato e ele disputou as eleições”, afirmou o petista, falando de Fernando Haddad, que concorreu quando ele foi impedido pela Justiça – e perdeu no segundo turno para Jair Bolsonaro.
“Na Venezuela estão marcadas as eleições para o dia 28 de julho. A pergunta de vocês é se as eleições vão ser honestas ou não. Eu espero que sejam as mais democráticas possíveis”, completou Lula.
Veja:
“Em 2018, ao invés de ficar chorando eu indiquei outro candidato”, diz Lula ao responder sobre eleições na Venezuela.
María Corina Machado, líder da oposição da Venezuela, foi impedida de concorrer após denunciar violações dos direitos humanos cometidas pelo Estado venezuelano. pic.twitter.com/aOd0q7mxzY
— Metrópoles (@Metropoles) March 6, 2024
Apesar de não fazer menção direta, a fala soa como uma referência à situação de María Corina Machado, líder da oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que foi inabilitada a concorrer ao pleito após denunciar violações de direitos humanos pelo governo.
Em uma publicação no X (antigo Twitter), a venezuelana reagiu à declaração do presidente.
“Eu, chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre em que derrotarei Maduro”, disse Corina Machado.
“Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar.”
Eleições na Venezuela
A Venezuela marcou as eleições presidenciais para 28 de julho, atendendo aos termos acordados entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição. A data do pleito foi anunciada por Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), nesta terça-feira (5/3).
Tradicionalmente, as eleições na Venezuela são realizadas em dezembro. A data do pleito deste ano, no entanto, irá acontecer no aniversário de Hugo Chávez, ex-presidente do país e sucessor de Nicolás Maduro.