Oposição vai acionar TSE contra Bolsonaro após discurso sobre eleições
Presidente voltou a desacreditar urnas eletrônicas e atacar ministros em evento transmitido por TV pública
atualizado
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Parlamentares da oposição anunciaram medidas contra o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) a embaixadores nesta segunda-feira (18/7). O chefe do Executivo federal voltou a duvidar das urnas eletrônicas, além de atacar ministros e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O líder da oposição no Senado Federal, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que vai encaminhar ação ao TSE para que Bolsonaro seja condenado por propaganda irregular, na condição de pré-candidato, e que o Partido Liberal (PL), sigla da qual o presidente faz parte, divulgue errata desmentindo as falas proferidas em TVs públicas.
1. Condenar o pré-candidato Jair Bolsonaro por propaganda irregular.
2. Condenar o partido de Bolsonaro a imediatamente divulgar errata desmentindo os termos das declarações do seu candidato em TVs públicas.
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) July 18, 2022
Além disso, vamos pedir a Condenação do PL a perder o tempo de sua propaganda eleitoral equivalente ao gasto pelo pré-candidato na divulgação de ataques e informações inverídicas sobre as urnas eletrônicas! Chega de deixar Bolsonaro esculhambar a nossa democracia!
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) July 18, 2022
Já o líder da minoria na Câmara dos Deputados Alencar Santana Braga (PT-SP) anunciou que, junto a outros líderes de partidos da oposição, vai “denunciar Bolsonaro pelo crime que cometeu ao chamar embaixadores de outras nações para atacar e desacreditar o sistema eleitoral brasileiro”.
Eu e os demais líderes dos partidos da Oposição vamos denunciar Bolsonaro pelo crime que cometeu ao chamar embaixadores de outras nações para atacar e desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, que o elegeu, aliás, por 30 anos. E ainda cometeu esse crime usando uma TV pública! pic.twitter.com/tXHyyuTiOJ
— Deputado Alencar Santana – #Lula13 (@AlencarBraga13) July 18, 2022
A reunião com estrangeiros foi realizada no Palácio da Alvorada e contou com a estrutura do governo para ser divulgada. Na ocasião, o chefe do Palácio do Planalto repetiu argumentos já desmentidos por órgãos oficiais e reiterou que as eleições deste ano devem ser “limpas” e “transparentes”.
Mais uma vez, Bolsonaro não apresentou provas contra o sistema eleitoral. No evento com diplomatas, o presidente também criticou os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o chefe do Palácio do Planalto, os três magistrados querem trazer “instabilidade” para o país.
Fachin, presidente do TSE, reagiu com duras críticas à apresentação. Ao abrir um evento virtual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), não citou o nome de Bolsonaro, mas referiu-se ao presidente ao dizer que “criam-se, nesse caminho de desinformação, encenações interligadas, como, aliás, está a assistir hoje o próprio país”.
Para o ministro, “há um inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade importante dentro de um país democrático, e é muito grave a acusação de fraude a uma instituição, mais uma vez, sem apresentar provas”.