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Operador do Mensalão, Marcos Valério firma acordo de delação com a PF

O empresário foi condenado a 37 anos e cinco meses de prisão em 2012 e, desde então, está detido em Minas Gerais

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Marcos Valério
1 de 1 Marcos Valério - Foto: Samuel Costa/HOJE EM DIA/AE

Operador do esquema de corrupção conhecido como Mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Nos anexos, ele citou políticos que têm foro privilegiado. Entre eles, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Por isso, o acordo, fechado após a negativa do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) à proposta de colaboração feita por Valério, depende de homologação do Supremo Tribunal Federal (STF).

A primeira proposta de delação de Valério continha 60 anexos e foi entregue em fevereiro deste ano à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte (MG). À época, o órgão informou, em nota oficial, que não tinha interesse em aceitar a colaboração.

Na proposta, o empresário detalhava o caixa paralelo criado por suas agências de publicidade para desviar verba em contratos assinados durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) e nos primeiros anos da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2005) — mesmo período em que Aécio Neves chefiou o Executivo de Minas Gerais.

Valério apresentou dados sobre desvios em contratos com os Correios, durante o governo Lula, e no Banco do Brasil, à época em que a DNA Propaganda, uma de suas empresas, era agência de publicidade do banco, durante o governo FHC. O empresário também relatou sobre esquema de caixa 2 gerenciado por ele para campanhas do PSDB em Minas, desvios em Furnas e pagamentos feitos por empresas como Usiminas e Andrade Gutierrez, em benefício de políticos influenciados por ele.

Valério contou, ainda, bastidores de uma ação para abafar a relação do Banco Rural com políticos tucanos no estado, durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.

Transferência
Marcos Valério foi transferido da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, para a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Sete Lagoas, também na Grande BH. Nesta prisão, parte dos presos tem as chaves das celas e os seguranças não andam armados. A transferência ocorreu na noite desta segunda-feira (17/7).

Entre os critérios para cumprir pena em uma Apac, estão concordar com as regras de ressocialização do centro de detenção e ter parente residente no local. Antes da transferência, é necessário, ainda, ouvir o Ministério Público e a administração prisional. A defesa do ex-empresário alega que a mulher de Valério mora em Sete Lagoas.

Nas Apacs, os condenados não usam uniforme e os seguranças não portam armas. Marcos Valério já havia pedido transferência para outra Apac, de Lagoa da Prata, no Centro-Oeste de Minas. Porém, a ida para a instituição não ocorreu porque ficou comprovado que o ex-empresário, ao contrário do que alegou à época, não tinha parentes residindo no município.

Condenação
Marcos Valério foi condenado a 37 anos e cinco meses de prisão no escândalo que ficou conhecido como Mensalão do PT e estava preso desde 2014 em Contagem. Segundo o advogado do ex-empresário, Jean Kobayashi, Valério cumpre todos os pré-requisitos para que passe a cumprir a pena em uma Apac.

O ex-empresário, que também responde ação por envolvimento no mensalão mineiro, negocia desde o ano passado delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Sua defesa afirma que já esteve em Brasília tentando fechar o acordo.

Além disso, integrantes do Ministério Público Federal viajaram a Belo Horizonte para dar andamento às negociações. Até o momento, no entanto, o acordo não foi concluído. (Com informações da Agência Estado)

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