Operações da PF: drogas saíam do Porto do Rio e seguiam para a Europa
Operações Turfe e Brutium aconteceram em cinco estados e três diferentes países, nesta terça-feira (15/2). Mais de R$ 11 mi foram recolhidos
atualizado
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Rio de Janeiro – Durante investigações feitas pela Polícia Federal, que culminaram nas Operações Turfe e Brutium, foi descoberto que o esquema utilizado por criminosos para transportar as drogas do Brasil para Europa era o marítimo. De acordo com a PF, os entorpecentes eram escondidos em contêineres que partiam do Porto do Rio de Janeiro.
Essas informações foram dadas nesta terça-feira (15/), após o órgão cumprir 39 mandados de prisão e 47 de busca e apreensão contra o tráfico internacional de drogas e a lavagem de dinheiro. As ações aconteceram no Rio, São Paulo e outros três estados, além de três países.
“Por serem grandes quantidades de drogas, essas remessas nem sempre eram feitas de uma vez só. O modal utilizado foi o marítimo. As remessas eram movimentadas através de contêineres. Foram sete eventos distintos, quando as drogas eram levadas de forma fracionada”, afirmou o delegado regional da PF, João Barreto, na coletiva de imprensa.
Até o momento, 25 mandados foram cumpridos nas Operações Turfe e Brutium, sendo 21 no Brasil (12 na Turfe e nove na Brutium) e quatro na Espanha. As drogas enviadas, em grande para para Europa, saíam do Porto do Rio.
A ação teve apoio de órgãos como a Receita Federal, Europol, Administração Anti Drogas dos Estados Unidos (DEA) e Guarda Civil Espanhola. De acordo com o superintendente regional da PF, Tácio Muzzi, as operações contaram com apoio de órgãos de países como: França, Marrocos, Bélgica, Itália e Holanda.
Investigação
Nos 18 meses de investigação, a Polícia Federal descobriu que bandidos montaram uma grande logística para trazer da Colômbia e Bolívia as drogas, e que usavam casas de câmbio para lavarem o dinheiro.
Segundo a PF, pertences como carros de luxo, dinheiro em espécie foram apreendidos. A ação foi deflagrada no Rio de Janeiro, em São Paulo e em outros três estados do Brasil.
“Todas as nossas investigações têm como objetivo a descapitalização das organizações criminosas. Essa descapitalização passa necessariamente por investigação de lavagem dos capitais e retirada de patrimônio dessas dessas organizações. A perda de droga foi sensível para eles, mas, na data de hoje, com a perda de imóveis, com a perda de carros de luxo, com a perda de valores em contas bancárias, essa organização, provavelmente, sentiu bem mais”, afirmou o delegado da PF, Heliel Martins, coordenador da operação Turfe.
“As operações deflagradas hoje são exemplos da necessidade de apreensão dos narcóticos, da retirada de circulação da droga, da identificação de suas lideranças, do seu desmantelamento e descapitalização, através do combate à lavagem de dinheiro, e da apreensão de bens móveis e imóveis”, afirmou o delegado Fabrício Rocha, da coordenação geral antidrogas da PF.
Operação Turfe
A Operação Turfe contou com a participação dos órgãos internacionais do Drug Enforcement Administration (DEA) e da Europol. Nesta terça-feira (15/2), a operação mobilizou cerca de 200 policiais federais, integrantes do Ministério Público Federal e auditores fiscais.
A ação apreendeu oito toneladas de cocaína, além de R$11 milhões de traficantes.
Operação Brutium
Já na Operação Brutium, os agentes apreenderam mais de duas toneladas de cocaína no Brasil, na Europa e na África. Foram recolhidos ainda R$ 3,5 milhões.
O nome da operação faz referência a uma das formas de lavagem de dinheiro dos traficantes que é a aquisição e negociação de cavalos de corrida.