Operação prende três bolsonaristas que bloquearam estradas em Rondônia
Na primeira fase da operação, no dia 17 de dezembro, foram presos um policial militar da reserva e outras três pessoas
atualizado
Compartilhar notícia
Durante uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público de Rondônia (MPRO), com apoio dos Grupos de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e de Segurança Pública (Gaesp), Polícia Civil e Polícia Militar, foram presos três bolsonaristas responsáveis por bloqueios em estradas no estado de Rondônia.
A ação das forças de segurança ocorreu na tarde de sexta-feira (30/12) e mirou o grupo que liderava manifestantes que praticaram uma série de constrangimentos e ameaças a cidadãos que tentavam seguir em estradas rondonenses nos dias subsequentes ao resultado do segundo turno das eleições, em 30 de outubro.
Em todo o país, eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformados com a derrota no pleito, realizaram bloqueios em estradas federais e estaduais. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as Polícias Militares foram responsáveis pela desmobilização dos movimentos.
O Ministério Público de Rondônia não revelou o nome dos presos, mas afirmou que se trata de dois empresários e um motorista de aplicativo. Dois deles foram detidos em Colorado do Oeste e outro em Cerejeiras.
“Os alvos são apontados pela investigação como lideranças de crimes apurados nesta segunda fase da Eleutéria, como constrangimentos, ameaças e incêndios provocados por manifestantes reunidos ao lado do CTG, na estrada de Colorado do Oeste”, diz comunicado.
Segundo a corporação, testemunhas ouvidas pelos investigadores relataram que até servidores públicos foram impedidos de circular.
“Durante a investigação, evidenciou-se que servidores públicos da área da Educação e Segurança foram coagidos e ameaçados ao tentarem ingressar em Colorado do Oeste. Testemunhas relataram que, nas manifestações contra o resultado das eleições presidenciais, mesmo pessoas com crianças que dependiam de tratamento de saúde foram impedidas e constrangidas por um grupo de manifestantes.”
A conduta dos investigados, segundo os investigadores, “causou risco à saúde e ao patrimônio dos cidadãos da região”. “Os investigados responderão, na medida de suas culpabilidades, pelos crimes de associação criminosa, constrangimento ilegal e incêndio, cujas penas somadas podem chegar a 10 anos de reclusão.”
Primeira fase
No dia 17 de dezembro, a Polícia Federal deflagrou em Rondônia, a primeira fase da Operação Eleutéria. Foram presos um policial militar da reserva e outras três pessoas por suspeita de envolvimento em atos antidemocráticos no estado.
De acordo com a entidade, os quatro foram acusados de “associação criminosa” na organização de uma série de eventos criminosos que contestam a vitória de Lula.
Além de efetuar a prisão dos envolvidos, a PF apreendeu nove armas, seis aparelhos eletrônicos e 300 munições de diferentes calibres. “Alguns dos envolvidos que possuíam licença de CAC (Colecionador, Atirador desportivo e Caçador) tiveram a autorização suspensa, e o armamento e as respectivas munições foram recolhidos”, informou a PF.