Operação prende 31 policiais militares ligados ao tráfico em Campinas
Eles recebiam propina por repasses de informações a traficantes. Organização criminosa era liderada por uma mulher, que também foi presa
atualizado
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Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Corregedoria da Polícia Militar prendeu, nesta terça-feira (14/8), 31 policiais militares suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas na região de Campinas, interior de São Paulo.
Conforme o Gaeco, eles recebiam pagamentos de R$ 100 a R$ 300 para vazar informações sobre as operações policiais de combate ao tráfico. Eles também deixavam de efetuar prisão de traficantes ligados ao esquema. Quatro civis envolvidos nos crimes também foram presos. Os nomes dos presos não foram divulgados pela polícia.
Segundo o coronel Marcelino Fernandes da Silva, da corregedoria da PM, os valores da propina variavam conforme a graduação do policial envolvido. Enquanto um soldado, por exemplo, recebia R$ 100 pela informação, ao sargento eram pagos R$ 300.
Os valores mensais movimentados pelo esquema chegavam a R$ 150 mil. O grupo, lotado na 5ª Companhia do 47º Batalhão de Campinas, atuava principalmente no Parque Industrial e na região conhecida como “Toca da Raposa”, na Vila Boa Vista. O grande número de policiais presos chegou a desfalcar a unidade.
Entre os presos civis estão um homem e uma mulher. Ela, de acordo com a denúncia, liderava a organização criminosa e assumiu o lugar de outro líder, preso na fase de investigação. O homem era responsável pela contabilidade e distribuição do dinheiro pago pelo tráfico.
Os 40 mandados de prisão e 51 mandados de busca foram expedidos pela Justiça Militar e pelo juiz Nelson Augusto Bernardes de Souza, da 3ª Vara Criminal de Campinas. Embora o esquema operasse apenas na cidade, ordens de busca também foram cumpridas em Sumaré, Mogi Mirim, Hortolândia, Bauru, Sorocaba e São Carlos, onde ficam as residências dos envolvidos.
As prisões são temporárias. A Justiça decretou sigilo nas investigações e a reportagem não teve acesso aos nomes dos advogados que acompanharam as prisões.
Os suspeitos vão responder por crimes de tráfico de drogas, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Operação “Tio Genésio” teve o apoio do 2.º e 3.º Batalhões de Polícia de Choque e do Canil de Campinas.