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Polícia Federal prende 14 suspeitos de fraudes em concursos públicos

Equipes de policiais estão em São Paulo, Alagoas, Rondônia, no Paraná e Rio de Janeiro. Criminosos tiravam fotos das provas com microcâmeras e passavam respostas por ponto eletrônico

atualizado

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1 de 1 vest_usp2 - Foto: USP Imagens

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (21/10) em São Paulo, no Paraná, Rio de Janeiro, em Alagoas e Rondônia, a Operação Afronta, para desarticular uma organização criminosa que frauda concursos públicos do Poder Judiciário em todo o país. A fraude foi detectada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que notou irregularidades no último concurso para os cargos de analista judiciário e técnico judiciário. Foram presas 14 pessoas.

Os documentos foram encaminhados à PF para instauração de inquérito. Os candidatos suspeitos tinham feito a prova em Sorocaba. Eles pagavam à organização criminosa dez vezes o valor do salário do cargo pretendido pelas respostas da prova.

Segundo a PF, a investigação apurou que os líderes do grupo monitoravam a publicação de editais de concursos públicos, inscreviam no exame candidatos interessados em ingressar na carreira mediante fraude e também os chamados pilotos – membros da organização que se inscrevem no concurso para fotografar o caderno de questões com microcâmeras durante a prova.

Esses “pilotos” saíam da sala de aula depois do tempo de permanência exigido, de uma hora, e repassavam as fotos das folhas ao líder da organização que providenciava a correção das questões com o auxílio de outros comparsas. No final, as respostas eram repassadas aos candidatos por meio de ponto eletrônico, dispositivo intra-auricular de comunicação, que se conecta ao celular do candidato.

Tecnologia a serviço da lei
Para apoiar os trabalhos investigativos, a Polícia Federal usou o S.P.A.D.E., sigla para Sistema de Prospecção e Análise de Desvios em Exames, software desenvolvido pela própria corporação para subsidiar apurações de fraudes em concursos públicos e exames.

O sistema é alimentado com os gabaritos dos candidatos que fizeram a prova e varre as respostas em busca de coincidências, apontando os candidatos que apresentaram maior número de coincidências nas respostas e indicando se aquelas coincidências eram ou não esperadas. Os relatórios do sistema são encaminhados à perícia, para validação e análise estatística, e a policiais, para que procedam à investigação criminal.

Os investigados responderão, de acordo com sua participação, pelos crimes de organização criminosa (art. 1º, § 1º, Lei 12.850/2013) e fraude em certames de interesse público (art. 311-A do Código Penal).

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