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Operação da PF combate crime eleitoral na BA

Além de vereador, ação envolve ex-presidente da Câmara de Vitória da Conquista e assessor de um deputado federal, entre vários outros alvos

atualizado

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Ednilson Aguiar/ O Livre
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1 de 1 Policia-federal-2-5 - Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (30/8) a Operação Condotieri, voltada ao combate de crimes eleitorais cometidos em 2016 por um então candidato, eleito vereador, em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. Mais de 100 policiais federais cumprem 29 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de medidas cautelares e 61 mandados de intimação nos municípios baianos de Vitória da Conquista, Itabuna, Wenceslau Guimarães, Salvador e Lauro de Freitas A ação também foi deflagrada no Rio de Janeiro e em Cuiabá.

A operação decorre de uma investigação iniciada em 2017 pela Polícia Federal em Vitória da Conquista, sobre o crime de corrupção eleitoral e falsidade durante a eleição de 2016. Na ocasião, um vereador, então candidato, oferecia empregos no novo Presídio de Vitória da Conquista, que estava prestes a ser inaugurado, em troca de apoio na campanha e de votos.

A investigação desvendou ainda que a organização criminosa instalada se utilizou da estrutura de outros órgãos públicos, como o Detran e a Zona Azul, Também foram identificadas a omissão de receitas e a falsificação de recibos entregues na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Os investigados se serviram de pelo menos duas empresas de fachada para emissão de notas frias.

Outros Alvos
Além do vereador, estão envolvidos no esquema um ex-presidente da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista; o assessor de um deputado federal; um ex-deputado estadual da Bahia; assessores; o ex-diretor do 4º Circunscrição Regional de Trânsito de Vitória da Conquista; membros da empresa que administra o novo presídio de Vitória da Conquista; sócios administradores do consórcio Zona Azul, entre outros. Os alvos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, corrupção ativa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica, patrocínio infiel e estelionato.

A Justiça Eleitoral determinou ainda o bloqueio de bens e valores de membros da organização criminosa na ordem de aproximadamente R$ 420 milhões, em razão do valor potencial do desvio. Além disso, dois dos mandados cumpridos na operação são em desfavor de empresários alvos na Operação Calicute, que representou a 37ª fase da operação Lava Jato, que, em 2016, desvendou esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa em obras do Rio de Janeiro.

O nome da operação é uma alusão à obra de Nicolau Maquiavel denominada “O Príncipe”, que trata das teorias políticas mais elaboradas pelo pensamento humano, servindo de guia para como se chegar e manter-se no poder. Os “condotieri”, que seriam os mercenários, citados na obra, eram contratados pelos governantes da época com o intuito de obter conquistas territoriais na península Itálica do século XVI, utilizando-se de força ilegítima e sem qualquer ética política, sob o argumento de que “os fins justificam os meios”.

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