Operação da PCGO investiga tráfico de drogas feito em sete aviões
Buscas, apreensões e prisões ocorrem em GO, SP, MT e SC; polícia diz que suspeitos também foram interceptados pela Força Aérea da Colômbia
atualizado
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Goiânia – A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) deflagrou operação, nesta quinta-feira (15/4), contra suposta organização criminosa de tráfico de drogas que, ao longo de um ano e meio, foi flagrada com sete aeronaves, em atuação interestadual e internacional.
A Operação Narco Flight cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão em Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina. As investigações dão conta de que os suspeitos são ligados a uma grande facção brasileira.
Em Goiás, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) cumpriu, nesta quinta, 4 mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão.
Patrão do crime
As prisões são contra o chefe da suposta organização criminosa, que mora em uma casa em um condomínio de luxo em Goiânia, o gerente operacional e dois operadores que são responsáveis pelo trabalho de campo.
Os nomes dos suspeitos ainda não foram divulgados.
São objeto de mandados de busca locais utilizados por supostos pilotos e financiadores do esquema.
Uma escola de aviação em Goiânia, objeto de busca e apreensão, é investigada por suposta manutenção e custódia dessas aeronaves.
Veja como foi a ação da polícia:
Começou com helicóptero
As investigações da PCGO tiveram início há um ano e meio, com informações de que um helicóptero estaria transportando drogas para Goiás.
O helicóptero foi abordado em uma cidade que faz divisa com Mato Grosso e, no local, a polícia apreendeu uma aeronave devido ao fato de o prefixo estar clonado.
O piloto e o responsável pelo reabastecimento do helicóptero foram presos por porte de munição.
Meses depois de ser solto, o piloto do helicóptero foi preso, novamente, com 1 milhão de dólares e uma arma de fogo, no Pará. Na ocasião, ele pilotava um avião, que foi apreendido.
Pista clandestina
Depois, segundo a PCGO, a possível organização criminosa adquiriu uma terceira aeronave, que foi danificada em acidente em pista de pouso clandestina, após uma das supostas operações aéreas de tráfico.
No decorrer das diligências, a Polícia Civil passou a monitorar a quarta aeronave usada pelos suspeitos, em Mozarlândia, na região oeste de Goiás, a 300 quilômetros de Goiânia.
A aeronave decolou de Mozarlândia, no noroeste goiano, e pousou no Amazonas, onde foi apreendida com irregularidades no plano de voo, grande quantidade de combustível e pilotos não licenciados.
Depois, de acordo com as investigações, a suposta organização criminosa adquiriu uma quinta aeronave, que também passou a ser monitorada pela polícia. De Palmeiras de Goiás, chegou a decolar uma vez com destino a Roraima, onde o trem de pouso quebrou.
Na ocasião, segundo a Polícia Civil, os possíveis traficantes compraram um trem de pouso para essa aeronave, em Goiânia, e o levaram, em um veículo, para Roraima.
Em razão da demora na resolução do problema do trem de pouso, a possível organização criminosa adquiriu uma sexta aeronave.
Carregamento de drogas
Essa nova aeronave chegou a decolar de Goiânia com destino a Roraima. De acordo com os investigadores, o objetivo era buscar o carregamento de drogas que se encontrava no local.
Nesta ocasião, segundo a apuração, a sexta aeronave foi abordada com 400 kg de droga (skunk) e 10 kg de pasta base de cocaína.
Skunk (gambá, em português) refere-se a variedades de cannabis de odor mais forte e dotadas de maior concentração de substâncias psicoativas produzidas mediante cruzamentos de várias espécies do mesmo gênero.
Todos os ocupantes da sexta aeronave foram presos. Além disso, uma caminhonete Hilux preta foi apreendida em Roraima. Antes, ela chegou a ser filmada na casa do chefe da suposta organização criminosa, em Goiânia.
Veja vídeo
Tráfico fora do país
Por causa da apreensão de mais uma aeronave, cujos integrantes foram presos, a suposta organização criminosa adquiriu o sétimo avião, no Paraná, de onde seguiu para Goiás, Mato Grosso, Manaus e Roraima.
Do estado localizado no norte do país, o avião atravessou a Venezuela e, assim que entrou no espaço aéreo colombiano, foi interceptado pela Força Aérea Colombiana.
A Narco Flight foi batizada com esse nome em alusão aos voos realizados para operar o tráfico de drogas.