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Operação contra amigos de Temer é indicativo de terceira denúncia

Auxiliares admitem que desdobramentos das prisões desta quinta-feira (29/3) podem inviabilizar projeto de reeleição

atualizado

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Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles
grades na praça dos três poderes stf palácio do planalto
1 de 1 grades na praça dos três poderes stf palácio do planalto - Foto: Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

Ainda sob o impacto da operação responsável por prender amigos do presidente Michel Temer (MDB), no âmbito do inquérito referente à apuração de irregularidades no Decreto dos Portos, nesta quinta-feira (29/3), auxiliares do comandante do Palácio do Planalto admitem que os desdobramentos do caso podem levar a uma terceira denúncia contra o emedebista e inviabilizar o projeto de sua reeleição, que estava sendo consolidado nos últimos dias.

Para interlocutores ouvidos pela reportagem, a operação é, “sem dúvida”, um indicativo de que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, possa apresentar nova acusação contra Temer. Raquel vem avançando nas investigações e chegou a pedir a quebra dos sigilos fiscais do presidente.

Segundo avaliação do Planalto, caso a terceira denúncia se concretize, as pretensões políticas do presidente seriam minadas, já que ele teria de se dedicar, novamente, a barrar o avanço da apuração no Congresso. Diante dessa possibilidade, aliados já trabalham no campo político para tentar impedir que a Câmara autorize a abertura de processo contra o chefe do Executivo no Supremo.

Amigo e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, José Yunes, preso na operação de hoje, disse em depoimento à PGR, em 2016, que atuou como “mula involuntária” de Padilha ao receber um “envelope” do operador financeiro Lúcio Funaro.

Yunes deu as declarações para apresentar sua versão sobre as afirmações do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho, que, em delação premiada, afirmou ter recebido o endereço de seu escritório como indicação para a entrega de R$ 1 milhão. O valor seria, segundo Melo, parte da propina de R$ 10 milhões a ser repassada da construtora para o MDB durante a campanha de 2014.

Tido como uma espécie de ministro porta-voz do governo, Carlos Marun, da Secretaria de Governo, reiterou nesta quinta acreditar na inocência do presidente e não comentou sobre a chance de uma terceira denúncia. “Em relação ao presidente, repito: é a investigação de um ‘assassinato sem cadáver’, já que o Decreto não beneficia a Rodrimar”, afirmou o articulador do Planalto.

Foi expedido também mandado de prisão contra o coronel aposentado João Batista Lima, amigo pessoal de Temer, que seria intermediário da propina paga ao presidente em troca da edição do Decreto do Portos.

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