Onze dias após naufrágio, 19 brasileiros continuam desaparecidos
Parentes afirmam que dependem da ajuda de voluntário e parentes para receber informações sobre as buscas
atualizado
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Ao menos 19 brasileiros continuam desaparecidos 11 dias após o naufrágio de uma canoa no Oceano Atlântico, na costa da Guiana Francesa. Até o momento, quatro tripulantes e um corpo foram resgatados.
Segundo o G1, a canoa saiu de Oiapoque, no Amapá, com destino à Guiana Francesa. Os passageiros pretendiam buscar trabalho e melhores condições de vida. Desde o naufrágio em 28 do mês passado, no entanto, ainda não há uma lista de mortos ou desaparecidos.
No barco, Carlos Adriano Almeida, de 22 anos, viajava com a esposa Karine Oliveira Soares, de 18 anos. Sua mãe dela, Geane Oliveira, de 43 anos, e a irmã, Géssica Oliveira Soares, de 22 anos, também viajavam na embarcação. Segundo parentes, a família saiu do Maranhão com intenção de trabalhar em um garimpo na região de fronteira.
“Tem muitas fake news. Isso vai acabando com a gente, a falta de notícias. Eu peço ajuda para ter uma solução, uma resposta sobre eles”, contou a mãe de Adriano, Jonilde Almeida.
Já Márcia do Santos, que não conseguiu falar com a mãe, passageiro do barco, desde a data do naufrágio, disse que depende de informações desencontradas.
“Nós ficamos sabendo só no sábado (4/9) do que aconteceu. Amigos da minha mãe entraram em contato com a minha irmã falando que uma sobrevivente disse ter visto minha mãe sendo levada pela água”, disse. “Quem está mantendo a gente informada mesmo são os próprios parentes e amigos que estão buscando lá.”
A filha de Maria da Conceição Silva Santos, conhecida como Silvia, de 58 anos, também reclama da falta de informações. “Eu me sinto impotente porque não sei se minha mãe tá viva, se morreu. A gente não consegue confirmação, não pode se sentir aliviada, mas também não pode viver o luto. Estamos vivendo dias angustiantes”, afirmou.
Na terça-feira (7/9), a Polícia Federal convocou parentes para coleta de material genético. A PF também afirmou que abriu investigação sobre o caso. O governo do Amapá montou uma base em Oiapoque para concentrar os esforços.
A prefeitura da região de Guiana onde aconteceu o naufrágio afirmou que a operação de resgate começou após uma embarcação encontrar uma mulher agarrada a uma boia. Um helicóptero e barcos especializados foram destinados à faixa costeira de Caiena a Sinnamary, cidades que ficam distantes 100 km uma da outra.
As buscas, entretanto, foram interrompidas depois de dois dias. Desde a data, um grupo de voluntários procura pelos desaparecidos.