Onyx desconversa sobre apoio do governo federal à reeleição de Caiado
Governador não se encontrou com Bolsonaro nesta quarta em Goiás; nos bastidores, governo federal estaria analisando outros nomes para apoiar
atualizado
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Anápolis – A ausência do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM/GO), nos compromissos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no estado, nesta quarta-feira (9/6), pode não ter sido mero desencontro. A parceria política dos dois para 2022 ainda não está fechada, segundo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni.
Ele foi questionado sobre isso na saída do culto evangélico, do qual Bolsonaro e a comitiva presidencial participaram em Anápolis (GO), a 55 quilômetros de Goiânia. Durante os cumprimentos aos eleitores que aguardavam do lado de fora, Lorenzoni é questionado se o governo federal apoiará Caiado, em Goiás.
Em primeiro momento, Onyx diz que não, conforme mostra o vídeo feito pela reportagem do Metrópoles. Em seguida, ele diz: “Não sei, ainda estamos conversando”.
Veja:
Altos e baixos
Desde o início da pandemia, a relação entre Caiado e Bolsonaro viveu altos e baixos. Existiram momentos de distanciamento, em razão de discordâncias sobre a política de combate à Covid-19. Caiado, que é médico, foi contra a defesa de medicamentos sem eficácia, como a hidroxicloroquina, e chegou a rebater, duramente, a postura do presidente em março do ano passado.
“Dizer que isso é um resfriadinho, uma gripezinha? Ninguém definiu melhor que Obama: ‘na política e na vida, a ignorância não é uma virtude'”, disse o governador no dia 25/3 do ano passado, durante coletiva de imprensa.
Eles chegaram a se encontrar em eventos posteriores, a exemplo da inauguração do Hospital de Campanha de Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal, e Caiado fez elogios ao presidente pelas redes sociais. O apoio que ocorreu em 2018, entre os dois, no entanto, pelo o que dá a entender a postura de Onyx, segue uma incógnita.
Mas também ocorreram sinalizações positivas de Caiado para Bolsonaro. Exemplo recente foi quando Goiás foi incluído como um dos estados a receberem jogos da Copa América. Isso ocorreu depois que vários unidades da federação disseram não para receber a competição em plena pandemia.
Aposta
A agenda de Bolsonaro em Goiás, nesta quarta-feira, foi articulada pelo deputado federal Major Vitor Hugo (PSL/GO). Nos bastidores, alguns viram a presença do presidente como uma tentativa de fortalecer o nome e a imagem do deputado, no estado, visando as eleições do próximo ano. O major seria uma aposta do governo para as eleições em Goiás.
Na agenda de Caiado, hoje, constavam a presença em inauguração no Comando de Missões Especiais da Polícia Militar, em Goiânia, na parte da manhã. O resto do dia foi reservado, conforme a agenda, a despachos internos.
Como o presidente almoçou na fazenda de Amado Batista, a menos de 3o km de Goiânia, e passou o restante do dia em Anápolis, os compromissos oficiais do governador não impediriam que ele estivesse com Bolsonaro. Um detalhe importante: Caiado é natural de Anápolis.
Em julho de 2019, por exemplo, quando Bolsonaro visitou Amado Batista e almoçou na propriedade rural, o governador Ronaldo Caiado estava presente.
Em Anápolis nesta quarta, Bolsonaro defendeu o tratamento precoce, questionou o número de mortes pela Covid no Brasil e questionou um eleitor, durante um diálogo, se ajudar o povo seria fazer a mesma coisa que Lula, Dilma e FHC fizeram.