ONU vê evidência de “diversas dimensões de racismo” em morte de João Beto
“O debate sobre a eliminação do racismo e da discriminação racial é, portanto, urgente e necessário”, diz nota da entidade
atualizado
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O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou preocupação com a morte de João Alberto Silveira Freitas, conhecido como João Beto, espancado por dois seguranças de um supermercado da rede Carrefour em Porto Alegre.
“A violenta morte de João, às vésperas da data em que se comemora o Dia da Consciência Negra no Brasil, é um ato que evidencia as diversas dimensões do racismo e as desigualdades encontradas na estrutura social brasileira”, afirmou a entidade em nota.
Na carta aberta, a ONU cita números da violência racial no Brasil, apontando que 75% das vítimas de homicídio no Brasil são negras, e sugere que o poder público se engaje mais na questão.
“O debate sobre a eliminação do racismo e da discriminação racial é, portanto, urgente e necessário, envolvendo todas e todos os agentes da sociedade, inclusive o setor privado.”
No comunicado, a organização reitera que a proibição da discriminação racial consta dos principais instrumentos internacionais de direitos humanos e também na legislação brasileira, e que é preciso fazer valer a lei.
“A ONU Brasil insta as autoridades brasileiras a garantirem a plena e célere investigação do caso e clama por punição adequada dos responsáveis, por reparação integral a familiares da vítima e pela adoção de medidas que previnam que situações semelhantes se repitam”, diz o comunicado.
O escritório da ONU no Brasil é um dos que estão promovendo a Campanha Vidas Negras, iniciativa da organização para promover a “construção de uma sociedade igualitária e livre do racismo”.