ONU precisa mudar o seu Conselho de Segurança, insiste Lula
Na Alemanha, presidente Lula disse que geopolítica de 2023 é muito diferente da de 1945 e defendeu a inclusão de mais países no órgão da ONU
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta segunda-feira (4/12), a atual composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Assim, ele defendeu a ampliação do órgão.
Em agenda em Berlim, na Alemanha, Lula salientou que tem conversado com vários líderes mundiais sobre as soluções para conflitos internacionais, como a disputa entre judeus e palestinos e a guerra na Ucrânia.
“Com mais presidentes que eu converso, eu continuo acreditando que a gente só tem um lado para a gente ficar: é o lado de convencer a nossa querida Assembleia das Nações Unidas a ajudar a decidir as soluções para as controvérsias que existem no mundo. É para isso que a ONU foi criada”, disse Lula em declaração à imprensa ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz.
Segundo o presidente brasileiros, os conflitos mundiais só vão ser resolvidos se a ONU “mudar a sua representação”.
“É preciso mais gente. É preciso entrar o Brasil, é preciso entrar o Japão, é preciso entrar a Índia, é preciso entrar dois ou três países do continente africano, é preciso entrar mais gente da América Latina. Ser do Conselho de Segurança não é um privilégio de apenas cinco países. A geopolítica de 1945 não é a geopolítica de 2023. Muita coisa mudou no mundo, só não mudou a irracionalidade dos irracionais”, concluiu.
Críticas reincidentes à ONU
Desde que assumiu seu terceiro mandato, Lula tem criticado o funcionamento do Conselho de Segurança da ONU, responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais. Para encerrar conflitos ou auxiliar na recuperação após conflitos e catástrofes, a instância pode ordenar operações militares internacionais, aplicar sanções e criar missões de paz.
É garantido poder de veto aos cinco membros permanentes: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. Ele já declarou ser contrário ao poder de veto assegurado a esses países.
Conflito entre Israel e Hamas
Sobre o conflito no Oriente Médio, o presidente brasileiro disse que “o dado concreto” é que houve um ato “terrorista e irresponsável” por parte do Hamas. Ele completou dizendo que a ONU deveria intervir para que houvesse uma solução.
Lula ainda lamentou que a proposta do Brasil, enquanto ainda presidia o Conselho de Segurança, em outubro, tenha sido vetada pelos Estados Unidos, apesar do aval de outros 12 países.
“Me parece que está longe o fim dessa briga. Eu lamento, lamento como ser humano, lamento como presidente do Brasil e lamento como humanista que sou que tenho amor à vida e acho que ninguém deveria morrer por irracionalidade de chefes de governo”, completou.