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ONU: Haddad vai apresentar avanços do plano de transformação ecológica

Ministro Fernando Haddad terá agenda própria em Nova York, com participação na Climate Week, para atrair investimentos

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá agenda própria em Nova York, Estados Unidos, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na semana de 23 de setembro. A ideia é mostrar que o Brasil está empenhado no processo de “transição verde”. O chefe da equipe econômica também deverá acompanhar parte da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Haddad focará em apresentar resultados do plano de transformação ecológica, visando a atração de investimentos, segundo interlocutores ouvidos pelo Metrópoles. A ênfase será no TFFF (Tropical Forest Finance Facility), um programa de pagamento de serviços ambientais.

A participação do ministro se dará na Climate Week NYC (Semana do Clima), evento anual colado na agenda multilateral da ONU que visa promover a ação climática, apelando aos “líderes empresariais, aos responsáveis ​​pela mudança política, aos tomadores de decisão locais e aos representantes da sociedade civil”.

Como resultados, o ministro deverá apresentar avanços no mercado de carbono e na taxonomia verde (sistema de classificação de atividades econômicas sustentáveis), o programa EcoInvest e assuntos como os títulos soberanos verdes e o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono

A semana da Assembleia Geral da ONU vai reunir delegações ministeriais e presidenciais de 150 países em Nova York, sob forte esquema de segurança.

Taxação dos super-ricos

Tema principal da presidência brasileira no G20 neste ano, a taxação dos super-ricos não será o foco da participação de Haddad na viagem aos EUA. Esse tema deverá ter mais ênfase na agenda no fim de outubro, nas reunião anuais do G20.

A proposta, que consiste na criação de um sistema tributário internacional, foi desenhada pelo economista francês Gabriel Zucman, e consiste em um imposto mínimo de 2% sobre a riqueza dos bilionários do mundo. Isso arrecadaria entre US$ 200 e US$ 250 bilhões anualmente, aproximadamente cinco vezes o montante que os 10 maiores bancos multilaterais dedicaram ao enfrentamento à fome e à pobreza em 2022.

Calcula-se que sejam 3 mil pessoas no mundo todo.

Para que seja efetiva, a medida precisa de ampla adesão, em especial dos países mais ricos, para evitar a evasão fiscal e para que as multas e sanções sejam aplicadas de maneira eficaz.

Já foram recebidos apoios de países europeus e africanos. Recentemente, os Estados Unidos e a França saudaram a iniciativa da presidência brasileira de priorizar as discussões sobre a cooperação internacional de tributação.

Nesse sentido, na reunião do G20 no Rio de Janeiro, todos os países do Grupo dos 20 assinaram uma declaração estabelecendo como princípio continuar estudando formas de taxar os super-ricos.

Internamente, no Ministério da Fazenda, entende-se que qualquer instrumento financeiro internacional é difícil de se colocar em prática, mas que o assunto já penetrou os fóruns internacionais.

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