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ONU: “Ameaças contra indígenas e ambientalistas são alarmantes”

A chefe de Diretos Humanos do órgão, Michelle Bachelet, também disse que está preocupada com ataques durante as eleições brasileiras

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
michelle bachelet
1 de 1 michelle bachelet - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em discurso nesta segunda-feira (13/6), a alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, afirmou estar preocupada com as ameaças contra indígenas e defensores do meio ambiente no Brasil.

A representante da entidade também demonstrou preocupação com os ataques a mulheres, negros e membros da comunidade LGBTI+ durante as eleições de 2022.

“Os casos recentes de violência policial e racismo estrutural são preocupantes, assim como os ataques contra legisladores e candidatos, particularmente os de origem africana, mulheres e pessoas LGBTI+, antes das eleições gerais de outubro“, destacou a alta comissária.

De acordo com a autoridade, o Brasil foi incluído no informe sobre situações alarmantes, apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra. Bachelet também chamou atenção para casos de violência contra defensores dos povos indígenas.

“Estou alarmada por ameaças contra defensores dos direitos humanos e ambientais no Brasil, e contra indígenas, incluindo a contaminação pela exposição à mineração ilegal do ouro. Peço às autoridades que garantam o respeito aos direitos fundamentais e às instituições independentes”, disse.

Sumiço de jornalista e indigenista

Na última semana, a ONU criticou a ação “extremamente lenta” do governo brasileiro e cobrou que as autoridades “redobrem esforços” nas operações de busca pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips, desaparecidos na Amazônia em 5 de junho, quando se deslocavam de barco entre a comunidade ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

“A resposta (do governo ao desaparecimento) foi extremamente lenta, infelizmente. Achamos bom que agora, após uma medida judicial, as autoridades tenham empregado mais meios para as buscas”, declarou a porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ravina Shamdasani.

Dom Phillips é um jornalista britânico de 57 anos. Ele estava na região do Vale do Javari (AM) realizando pesquisa para um livro que escreve sobre a região da Amazônia. Dom é colaborador do jornal The Guardian e tem larga experiência na cobertura da região.

Bruno Pereira, servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai), estava de licença do órgão desde que foi exonerado, em 2019, e acompanhava Dom Phillips em um trabalho investigativo sobre pesca e extração de madeira ilegal na área.

No domingo (12/6), a Polícia Federal informou à coluna Na Mira, do Metrópoles, que o Corpo de Bombeiros encontrou objetos pessoais da dupla amarrados em uma árvore submersa em um igapó – pedaço da floresta inundado pela água.

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