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ONU ajuda refugiados venezuelanos no Brasil

Agência da Organização das Nações Unidas recebe os imigrantes na fronteira e os auxilia a se integralizarem em território brasileiro

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Venezuelanos abrigados em Boa Vista Brasil Venezulela
1 de 1 Venezuelanos abrigados em Boa Vista Brasil Venezulela - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A fim de ajudar os venezuelanos que buscam ajuda no Brasil para escapar da crise em seu país natal, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) instalou abrigos com serviços de assistência perto das fronteiras com a Venezuela, em Roraima. Ali, equipes tentam acolher, identificar e integralizar os imigrantes empenhados em reconstruir suas vidas.

O Acnur é a agência integrante da Organização das Nações Unidas (ONU) para o apoio aos refugiados em todo o mundo. A sede do Alto Comissariado fica em Genebra, Suíça, e o Brasil é um dos países com base de apoio para acolher imigrantes desamparados. O escritório regional fica em Brasília e há unidades descentralizadas em São Paulo (SP), Manaus (AM) e Boa Vista (RR).

“Mesmo com o fechamento da fronteira, nós vamos continuar a ajudar os venezuelanos que já fizeram a travessia para o Brasil e os que ainda vão conseguir”, disse o porta-voz do Acnur, Luíz Fernando Godinho.

Nessa sexta-feira (22/2), o governo brasileiro informou já ter em Boa Vista (RR) 200 toneladas de alimentos básicos – como arroz, feijão, café, leite em pó, açúcar e sal – e kits de primeiros socorros à disposição dos venezuelanos. Caminhões dirigidos por cidadãos do país vizinho e autorizados pelo presidente interino, Juan Guaidó, devem buscar os mantimentos em território nacional e levar para o lado venezuelano. Contudo, após o presidente eleito (e não reconhecido pelo Brasil), Nicolás Maduro, determinar o fechamento da fronteira, há dúvidas se o auxílio de fato chegará à população.

A agência da ONU presta atendimento separado ao do governo brasileiro. Além da doação de produtos alimentícios, a pasta disponibiliza colchões, itens de higiene, serviço médico, psicológico e abrigo definitivo no Brasil. Na fronteira entre Roraima e Venezuela, eles contam com 13 abrigos: um na cidade de Pacaraima, exclusivo aos indígenas, e outros 12 em Boa Vista, com cerca de 70 voluntários.

A interferência da ONU ocorre em três etapas. “Primeiramente, nosso papel começa com o planejamento dos abrigos, com especialistas em design que entendem as necessidades dos refugiados. Nós oferecemos as plantas [desses abrigos] para as Forças Armadas, que fazem a montagem e infraestrutura, como melhorias nas partes elétrica e hidráulica”, detalhou o porta-voz do Acnur.

Assim que recebidos, os refugiados são registrados para o cadastro de entrada e saída de imigrantes, o que possibilita controlar a distribuição de alimentos, colchonetes, medicamentos e itens de higiene. “O Exército é responsável pela alimentação dos venezuelanos. Nós oferecemos segurança, saúde e abrigo”, explicou Godinho.

Necessidades particulares
Após o registro, as pessoas são ouvidas e atendidas de acordo com suas necessidades individuais, como nos casos de crianças desamparadas e mulheres vítimas de violências física e sexual. “Todo mundo que requerer atendimento especial e diferenciado será encaminhado para os serviços de saúde da cidade”, garantiu o representante da ONU. “As pessoas saem da Venezuela por diversos motivos. Nós precisamos entender suas necessidades e atender cada uma, particularmente”, completou.

A terceira etapa é o processo de interiorização dos refugiados. Os imigrantes são enviados a abrigos fora de Roraima e parceiros do Acnur, selecionados conforme as necessidades de cada venezuelano.

Tem casas que estão preparadas para o recebimento de mulheres vítimas de violência, outras que acolhem crianças e algumas que atendem pessoas com deficiência. Não é só pegar as pessoas e colocar em um avião. A gente quer dar abrigo apropriado de acordo com os perfis

Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Acnur

A partir do momento quando os venezuelanos são enviados para as demais cidades brasileiras, eles passam a ser cuidados diretamente por ONGs (organizações não governamentais) regionais parceiras que fazem a interlocução com a ONU. Para saber mais sobre a ajuda humanitária a refugiados por parte da Organização das Nações Unidas, basta acessar o site da organização.

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