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ONS: se faltar 1,4 GW em novembro, risco de apagões cresce

Operador Nacional do Sistema Elétrico informou a representantes do setor que risco de blecautes permanece, mas diminuiu desde maio

atualizado

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Agência Brasil
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1 de 1 agencia_brasil170912_mca76860000 - Foto: Agência Brasil

São Paulo – Em reunião nesta quinta-feira (16/09) com executivos do setor elétrico, representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informaram que, no pior cenário da crise hídrica que o país enfrenta, podem faltar 1,4 Gigawatts (GW) de potência em algum momento de pico de novembro, para que seja suprida a demanda energética do país. Isso significa que, caso esse pior cenário se concretize, podem ocorrer apagões, embora esse risco tenha diminuído desde maio, quando era projetado o déficit de 12,7 GW para novembro em momentos de pico.

“Existem alternativas para que não falte energia em novembro. Um déficit de 1,4 GW seria o pior cenário. Não há preocupação com racionamento, mas com apagões. Todos os esforços estão sendo feitos para que isso não aconteça”, afirmou ao Metrópoles um participante de reunião virtual da ONS com o mercado nesta quinta-feira.

Especialistas dizem ser difícil estimar qual a dimensão de apagões que podem ser ocasionados pela falta de 1,4 GW. Só no momento de pico desta quinta-feira (16/09) foram consumidos 47,2 GW (às 19h06) em todo o Sudeste, de acordo com o ONS.

Caso falte energia em instantes de demanda máxima, o apagão é um risco provável, porque diminui a frequência do sistema elétrico. Quando a frequência cai, algumas usinas são desarmadas – o risco se potencializa se somado a outros problemas em linhas de transmissão. Por isso, com falta de energia, cai a frequência do sistema e distribuidoras acabam tendo de interromper o fornecimento a consumidores.

“Se a geração for menor do que a carga, a frequência cai. Mas se além disso você perder uma linha de transmissão, outra usina, você pode ter um apagão e a dimensão depende da perda de transmissão que você tiver”, explica Luiz Eduardo Barata Ferreira, ex-diretor-geral do ONS.

Em maio, o ONS tinha projetado que, sem medidas necessárias (que acabaram sendo adotadas), poderia ocorrer déficit de 12,7 GW de potência em momentos de pico em novembro, como informou o jornal Valor Econômico. Entre essas medidas necessárias que foram adotadas, foram flexibilizadas restrições hidráulicas de usinas, alterando a vazão de águas, e acionadas termelétricas mais caras (movidas a carvão, diesel e biomassa).

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o país enfrenta a maior falta de chuvas dos últimos 91 anos, o que tem encolhido o nível dos reservatórios de hidrelétricas, diminuindo o poder de geração de energia dessas fontes que respondem por 63,2% da capacidade instalada do país. Essa falta de chuvas diminui aceleradamente o nível dos reservatórios de hidrelétricas. A usina de Ilha Solteira, maior hidrelétrica de São Paulo, já está no volume morto, gerando menos energia do que teria capacidade em condições ideais.

O governo é criticado por não ter enfrentado a crise hídrica mais cedo, para compensar o esvaziamento de hidrelétricas. Só em maio foram acionadas todas as usinas termelétricas possíveis, com o objetivo de preservar os reservatórios das hidrelétricas. Especialistas defendem que isso poderia ter sido feito antes.

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