ONS prevê que conta de luz seguirá sem taxa extra até o fim do ano
Expectativa é de que país fique com bandeira verde de 16 de abril até 31 de dezembro. Atualmente, bandeira de escassez hídrica está em vigor
atualizado
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O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou nesta segunda-feira (11/4) que a expectativa do setor é que o Brasil não tenha cobrança extra nas contas de luz até o fim deste ano. A previsão da ONS é de que a bandeira tarifária fique na cor verde até 31 de dezembro.
Na semana passada, o governo federal anunciou que o país adotará a “bandeira verde” na cobrança de luz a partir do próximo sábado, 16 de abril.
Atualmente, o país adota a bandeira de “escassez hídrica”, em vigência desde agosto do ano passado. A bandeira acrescenta custo de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Quando anunciada, a previsão era de que a atual bandeira permanecesse em vigor até 30 de abril deste ano, mas o governo decidiu antecipar a mudança da tarifa.
No ano passado, o Brasil viveu a pior crise hídrica em 91 anos. As principais bacias hidrográficas que abastecem o país estavam secando em razão do baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração de energia no Brasil.
Segundo Ciocchi, os níveis dos reservatórios do país estão em “boa condição”. De acordo com dados da ONS divulgados nesse domingo (10/4), os reservatórios estão com os seguintes níveis de armazenamento:
- Subsistema Sudeste/Centro-Oeste: 65,14%;
- Subsistema Sul: 51,68%;
- Subsistema Nordeste: 97,24%;
- Subsistema Norte: 98,43%.
“Nós estamos com os reservatórios numa boa condição, e só vamos ter o despacho térmico dentro da ordem de mérito, ou seja, só utilizando as térmicas inflexíveis [que, por contrato, precisam funcionar]. Nessa situação, a tendência, a expectativa de todo o setor elétrico é que a gente passe todo este ano com bandeira verde”, afirmou.
O sistema de bandeiras tarifárias existe no Brasil desde 2015 e foi criado com o objetivo de sinalizar os consumidores sobre a geração mais cara de energia nos momentos de escassez hídrica – inibindo o consumo –, e para gerar recursos extras, a fim de bancar a compra de energia oriunda de termelétricas.
“Estamos nos aproximando do fim do período úmido, que foi muito aguardado e chegou com força, chegou bem, e com toda a nossa gestão, governança estamos conseguindo atingir níveis de reservatórios que há muito tempo não tínhamos, o que nos dá uma sinalização de travessia do período seco de forma muito mais tranquila, segura que do ano passado”, declarou Ciocchi, ressaltando que o ano de 2023 será “ainda mais tranquilo”.