OMS não foi consultada sobre realização da Copa América no Brasil
Entidade fez parte da organização de diversos megaeventos esportivos, como os Jogos Olímpicos e a Eurocopa
atualizado
Compartilhar notícia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que não foi consultada sobre a realização da Copa América no Brasil por Jair Bolsonaro (sem partido), pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) ou pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A entidade tem participado do planejamento de diversos eventos esportivos, como as Olimpíadas e a Eurocopa.
“A OMS não esteve envolvida em qualquer intercâmbio ou conversa com as autoridades relativamente a este torneio”, escreveu a organização à coluna de Jamil Chade no UOL.
A OMS, no entanto, insistiu que a decisão de sediar o evento cabe aos organizadores e aos governos. “A decisão de organizar, adiar, cancelar ou transferir um evento cabe ao país anfitrião e aos organizadores”, disse.
Na manhã de segunda-feira (31/5), a Conmebol anunciou que o Brasil receberá o torneio. Inicialmente, o campeonato seria realizado na Colômbia e na Argentina, mas os países passam por uma crise política e sanitária, respectivamente, em razão da pandemia de coronavírus.
A confederação confirmou, nessa terça-feira (1º/6), que Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro serão as cidades que vão receber as partidas da Copa América no Brasil, após diversos governadores se mostrarem contra a realização do evento.
Preocupações da OMS
Em uma coletiva de imprensa nessa segunda-feira (31/5), o diretor de operações da OMS, Mike Ryan, afirmou que a organização teme que uma nova onda atinja a América do Sul. Ryan ressaltou que dos 10 países do mundo com maior taxa de mortes por habitantes, quatro são sul-americanos.
“A América do Sul vai na direção errada”, afirmou o diretor de operações da OMS.
Ryan afirmou que a taxa de mortalidade da região também está acima da média mundial, um sinal de que os sistemas de saúde estão sobrecarregados.
Grupo focado em mega-eventos
Mesmo antes da pandemia, a OMS fazia parte da organização dos mega-eventos esposrtivos. “Antes da pandemia, a OMS/OPAS apoiou várias autoridades nacionais na sua avaliação de risco e nos esforços de preparação relacionados com o acolhimento de eventos de futebol (tais como o Campeonato Mundial da FIFA, e torneios regionais de vários tipos)”, escreveu a organização.
No início da pandemia, no entanto, foi criado um grupo dedicado à construção de protocolos para os mega-eventos. A OMS passou a ser consultada com regularidade sobre a realização das Olimpíadas de Tóquio.