Olavo de Carvalho condena cessar-fogo de Bolsonaro com governadores
Guru da ala mais radical do governo investe contra aproximação do presidente com outras autoridades que, para ele, deveriam estar na cadeia
atualizado
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Não há pandemia que faça a ala mais radical do governo de Jair Bolsonaro abandonar o embate permanente com aquilo que classificam como “velha política”. Porta-voz maior desse grupo radical, o professor on-line de filosofia Olavo de Carvalho desabafou nas redes sociais após uma reunião entre o presidente e os governadores que foi celebrada por atores políticos como um momento de entendimento no qual se tratou objetivamente do combate ao coronavírus.
Para o escritor, Bolsonaro deveria prender os governantes estaduais. Ele não deixa explícito no post, mas o crime apontado pelos olavistas é o cerceamento ao direito de ir e vir e às liberdades individuais com as medidas de isolamento, tendo como desculpa o coronavírus.
Olavo nega a gravidade da pandemia de coronavírus e já disse que a doença é menos letal que a gripe e não deveria despertar tamanha histeria. Uma versão radicalizada do discurso do próprio Bolsonaro contra o isolamento social.
Na reunião por teleconferência entre Bolsonaro e os governadores nesta quinta-feira (21/05), ficou para trás (ao menos momentaneamente) a troca de farpas, principalmente João Doria (PSDB), de São Paulo. O clima foi cortês entre os dois e houve até mesmo troca de elogios.
Olavo não curtiu e falou em tom de ameaça:
Congelamento de salários
Na reunião, um dos assuntos tratados foi o congelamento de salário dos servidores. Bolsonaro pediu apoio dos governantes para derrubar o impedimento ao congelamento. A decisão foi tomada pelo Congresso Nacional.
“Temos que buscar maneiras de restringirmos alguma coisa até 31 de dezembro do ano que vem, para que nós possamos vencer essa crise”, disse o presidente.